Descrição de chapéu Obituário Hebe Signorini Gonçalves (1952 - 2022)

Mortes: Dedicou-se à pesquisa e à formação de alunos

Hebe Signorini Gonçalves mudou o perfil da psicologia jurídica no país

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São Paulo

Os 70 anos de vida da psicóloga, pesquisadora e professora Hebe Signorini Gonçalves se desenrolaram por cenários e momentos diferentes.

Natural de Ourinhos (a 378 km de São Paulo), ainda criança se mudou para São Caetano (ABC) e depois, para São Paulo.

Na década de 1970, Hebe ingressou no curso de psicologia na USP (Universidade de São Paulo) e apaixonou-se à primeira vista por um rapaz, Odair, que conhecera na casa de um amigo em comum. Os dois começaram a sair e um mês depois já moravam juntos, na capital paulista.

Hebe Signorini Gonçalves (1952-2022) e o marido Odair Dias Gonçalves
Hebe Signorini Gonçalves (1952-2022) e o marido Odair Dias Gonçalves - Arquivo pessoal

Odair trocou São Paulo pelo Rio de Janeiro devido a um convite para trabalho. Hebe foi encontrá-lo após se formar —a conclusão do curso ocorreu em 1975— e deu início a uma nova fase em sua vida.

Ela fez duas especializações, na área de violência doméstica contra crianças e adolescentes na USP e em psicologia jurídica na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Concluiu mestrado (1993) e doutorado (2001) em psicologia na PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio de Janeiro, onde também foi professora.

A pesquisadora atuou na Funabem (Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor) —em 1990, passou a ser denominada FCBIA (Fundação Centro Brasileiro Para a Infância e Adolescência)—e na UFRJ, onde deu aulas e atuou em grupos de pesquisas.

Professora associada do Instituto de Psicologia da UFRJ, Hebe era membro do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas sobre a Infância e Adolescência Contemporâneas e do Laboratório Interdisciplinar de Estudos e Intervenção em Politicas Públicas de Gênero.

Lecionava nos programas de pós-graduação em psicologia e no de políticas públicas em direitos humanos, ambos da UFRJ.

Sua atuação na área editorial também foi importante. Publicou 12 livros (próprios, coletâneas ou edições), 39 capítulos de livros e 41 artigos em revistas especializadas. Hebe foi uma das grandes pesquisadoras do campo da psicologia jurídica no Brasil.

Hebe morreu no dia 4 de outubro de câncer. Dois dias antes, já internada, ainda orientava alunos e se preocupava com o destino deles, segundo o físico Odair Dias Gonçalves, 70, seu marido.

"Ela mudou o perfil da psicologia jurídica no país", afirma Odair. "Ela era obcecada pelo trabalho e absolutamente intransigente com princípios de justiça e democráticos. Passou isso a dezenas de estudantes que foram formados por ela. A vida dela era a pesquisa e a formação de alunos."

Longe das salas de aula e das pesquisas, Hebe tinha olhos e coração para a família, seu grande amor. Além do marido, deixa o filho, a nora e duas netas.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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