Descrição de chapéu Folhajus

Roger Abdelmassih é transferido nesta terça-feira para hospital penitenciário

Condenado por estupro de pacientes estava preso em Tremembé desde 2014; defesa aponta insuficiência cardíaca e renal

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São Paulo

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski determinou a transferência de Roger Abdelmassih, 79, para o Hospital Penitenciário de São Paulo. Na decisão de 1º de março, publicada nesta segunda (6), o magistrado acata um pedido de habeas corpus da defesa do médico.

Abdelmassih estava preso desde 2014 no presídio de Tremembé (SP) pelos crimes de estupro e atentado ao pudor, mas, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, deixou a prisão na manhã desta terça-feira (7) após a determinação do STF. Sua pena inicial de 278 anos foi reduzida por causa da prescrição de alguns crimes, e chega a 181 anos.

Especialista em reprodução assistida, era considerado o médico das estrelas foi denunciado por abusar das pacientes —algumas delas sedadas durante os procedimentos. O caso foi revelado pela Folha em 2009.

roger abdelmassih, branco, idoso, cabelos brancos, é escoltado e levado pelos braços por policiais que exibem distintivos
Roger Abdelmassih chega ao aeroporto de Congonhas após captura no Paraguai - Ernesto Rodrigues - 20.ago.14/Folhapress

A defesa afirma que uma avaliação clínica de fevereiro apontou insuficiência cardíaca e renal. Na decisão, o ministro escreve que a situação requer internação imediata por causa de sua condição de saúde. Ressalta que reconhece a gravidade de seus crimes e que concorda com as punições determinadas.

Não é a primeira vez que Abdelmassih deixa o presídio de Tremembé para tratar da saúde. Em 2021, uma decisão também de Lewandowski permitiu ao médico ser tratado no Hospital Penitenciário de São Paulo pelo mesmo motivo.

No pedido de habeas corpus, a defesa também diz que não há mais perigo de fuga. Em 2014, ele foi capturado no Paraguai após fugir do Brasil e se esconder em Assunção por três anos.

RELEMBRE O CASO

O escândalo foi revelado pela Folha em janeiro de 2009, após uma ex-enfermeira denunciar o caso ao Ministério Público. Abdelmassih foi preso preventivamente em sua clínica de reprodução assistida em agosto daquele ano.

O STF determinou que o médico aguardasse o julgamento em liberdade. Em novembro de 2010, Abdelmassih foi condenado a 278 de prisão pelos crimes de estupro e atentado ao pudor. O médico fugiu em janeiro de 2011 após ter a prisão decretada pela Justiça ao tentar renovar o passaporte.

Três anos e meio depois, em 2014, foi capturado no Paraguai. Alguns de seus crimes prescreveram em outubro daquele ano, e a pena foi reduzida para 181 anos.

Em janeiro deste ano, morreu em São Paulo a ativista Vana Lopes, 62, primeira mulher a denunciar o médico. Ela criou um grupo para ajudar outras vítimas de violência e publicou o livro "Bem-vindo ao Inferno - A Vítima que Caçou o Estuprador Abdelmassih".

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