Descrição de chapéu Obituário Gilda Ieda Sento Sé de Carvalho (1939 - 2023)

Mortes: Chefe nata, seguiu o sonho de ser bibliotecária

Na universidade, foi professora e uma das responsáveis pela criação do curso de arquivologia

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São Paulo

Quando era criança, Gilda Ieda Sento Sé de Carvalho amava tomar banho em um rio que ficava perto de sua casa. Certo dia, em uma das suas incursões, a correnteza a levou. Ela só sobreviveu graças à ajuda de um cachorro da família.

O episódio, porém, não abalou a jovem. "[Foi] Uma infância muito gostosa, solta, livre", diz a irmã, Gildenice Ilma Sento Sé de Carvalho.

Nessa época, Gilda também passou por problemas de saúde. Ela teve um caso de tifo, nome popular que denomina infecções causadas pela bactéria do gênero Rickettsias. Quase não conseguiu tratamento, fazendo com que sua mãe recorresse a um veterinário —que cuidou da garota.

Gilda Ieda Sento Sé de Carvalho (1939-2023) na companhia do afilhado Carlos César Júnior e da neta e afilhada Clara Sento Sé Caribé de Castro
Gilda Ieda Sento Sé de Carvalho (1939-2023) na companhia do afilhado Carlos César Júnior e da neta e afilhada Clara Sento Sé Caribé de Castro - Arquivo pessoal

Com o problema resolvido, Gilda ingressou na faculdade de engenharia por conta da influência do pai. Mas, desde sempre, ela queria fazer outro curso.

"Ela passou no vestibular de engenharia e ficou cursando. Quando papai faleceu, ela foi fazer biblioteconomia", conta Gildecine.

A jovem entrou em uma instituição e, no ano em que iria se formar, o diploma não foi reconhecido. Por isso, foi fazer o curso de biblioteconomia, na Ufba (Universidade Federal da Bahia), na qual finalmente se formou.

Ela seguiu então na instituição como professora, participando da criação da graduação em arquivologia.

Cheia de modos, não aceitava que falassem português errado, nem que cotovelos fossem colocados em cima da mesa. Na vida profissional, era reconhecida como uma chefe rígida. "Era uma pessoa de temperamento um pouco difícil no sentido de gostar de mandar e de ser obedecida. Era uma chefe nata", afirma a irmã.

Mesmo com esse jeitão, a biblioteconomista era amada. "Era uma pessoa muito querida na família", continua Gildecine.

A causa da morte, no dia 3 de abril, foi herpes-zóster e uma parada respiratória. Ambos estavam ligados a um problema na válvula mitral, no coração, que ela desenvolveu em decorrência de uma febre reumática que teve ainda na infância. Na época, o médico recomendou que uma cirurgia fosse feita para tratar a questão, mas o pai dela não autorizou.

"Foi uma pessoa que lutou muito contra doenças. Sempre tinha algum probleminha, mas mesmo assim ela vencia tudo. Essa última foi a que ela não conseguiu vencer", concluiu a irmã.

Gilda deixa duas irmãs, um irmão, dois filhos de criação e duas netas.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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