Megaoperação apreende 1.800 cigarros eletrônicos no Espírito Santo

Polícia suspeita que aparelhos estavam batizados com componente da maconha; dois foram presos

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São Paulo

A Polícia Civil do Espírito Santo apreendeu na região de Vitória mais de 1.800 cigarros eletrônicos, também conhecidos com vape ou vaper, refis líquidos e acessórios para o consumo. Além de serem produtos proibidos, há a suspeita de estarem "batizados" com THC, composto da Cannabis que provoca efeitos psicoativos.

Dois homens foram presos em flagrante, sendo um comerciante e um motoboy que realizava entregas para os clientes. O vendedor, segundo a polícia, faturou mais de R$ 500 mil em 78 dias de atividade.

O delegado-geral do estado, José Darcy Arruda disse que os cigarros eletrônicos apreendidos correm o risco de terem sido "batizados" com substâncias, como THC, utilizado na nova droga conhecida como K9. Os cigarros serão enviados para laboratórios e serão submetidos a análise.

Sacos com os materiais apreendidos em cima de uma mesa
Cigarros eletrônicos, refis líquidos e acessórios apreendidos - Divulgação/Polícia Civil

De acordo com a Resolução nº 46, de 28 de agosto de 2009, da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), é proibida a comercialização e importação de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar, entre eles o cigarro eletrônico.

A Operação Vapor, como foi chamada, ocorreu nas cidades de Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica e Guarapari em 21 de junho, mas a operação e o balanço foram divulgados somente agora.

Os produtos eram provenientes do Paraguai, China, Malásia e Singapura.


Vídeo: Veja o que foi apreendido na Operação Vapor


Segundo a polícia, o comerciante preso era um dos maiores fornecedores de cigarros eletrônicos do estado, segundo a Polícia Civil. Ele mantinha um site por meio do qual vendia os cigarros eletrônicos para todo o país. As entregas eram feitas pelo correio ou por meio de um motoboy da loja.

"Percebemos que o faturamento que ele alcançava era extraordinariamente alto. Ele faturou aproximadamente R$ 508 mil em apenas 78 dias de atividade. Foi surpreendente o fato de que ele vende indiscriminadamente para qualquer tipo de público, não busca nem evitar a venda para menores de idade", disse Guilherme Eugênio Rodrigues, delegado titular do 6º DP (Distrito Policial) de Vitória.

Esse homem foi preso em uma sala comercial que servia como depósito de produtos ilegais. No local foram encontrados 1.200 cigarros e acessórios. Com o aval da Justiça, a Polícia Civil teve acesso aos computadores da loja e conseguiu analisar o balanço financeiro e as informações de compradores, entre eles menores de idade.

Na casa dele, no Jardim da Penha, foram apreendidas uma arma austríaca e um carro BMW. Segundo a polícia, ele responderá pela venda de produto nocivo à saúde, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

O motoboy foi detido no momento que saía para realizar uma nova entrega. A Polícia Civil afirmou que o empresário foi liberado em audiência de custódia, mediante o uso de tornozeleira e outras medidas cautelares. O motoboy foi liberado ainda na delegacia por não haver elementos suficientes para a prisão em flagrante.

Em Guarapari, a operação ocorreu em tabacarias e lojas de conveniência. Em um shopping no centro funcionava uma tabacaria, onde foram apreendidos 150 cigarros e 96 acessórios.

"O dono do local já havia sido alvo da primeira operação no ano passado. Ele continuava a comercializar os produtos, mas de forma mais discreta", disse o titular da Dipo (Delegacia Especializada de Infrações Penais e Outras) de Guarapari, delegado Marcelo Santiago.

Veículo BWM também foi apreendido - Divulgação/Polícia Civil

Já no município da Serra, a operação teve como foco estabelecimentos localizados na região de Jacaraípe. Quatro estabelecimentos, incluindo depósitos, lojas de conveniência e tabacarias, foram averiguados. No total, foram apreendidos 363 cigarros e acessórios contrabandeados. Não houve presos em flagrante.

Segundo o delegado-geral do Espírito Santo, amostras dos produtos serão analisadas para confirmar ou não a presença de substâncias ilícitas. Se o resultado for positivo, os envolvidos também podem responder por tráfico internacional de drogas.

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