Descrição de chapéu Obituário Ercy Alves de Barros (1935 - 2023)

Mortes: Devota de Maria, criou seus dez filhos com lições de fé

Com seu jeitão de matriarca, Ercy Alves de Barros sempre teve a religiosidade como principal característica

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São Paulo

A devoção por Maria moldou o destino de Ercy Alves de Barros, pois a religião sempre fez parte de sua vida, desde os tempos de criança, no interior de Minas Gerais, até os longos anos que passou em Barra Mansa, cidade do Rio de Janeiro, onde foi uma espécie de arrimo de família.

Ercy nasceu em Simonesia (MG), cidade atualmente de 20 mil habitantes. Era a quarta mais velha de nove irmãos (outros nove morreram pequenos).

Ela foi criada na fazenda dos pais, a Bonsucesso, que não existe mais, mas dá nome ao bairro onde se localizava.

Idosa diante de um pé com flores amarelas
Ercy Alves de Barros (1935 - 2023) - Arquivo pessoal

"Minha mãe cresceu em um ambiente religioso muito forte", diz Maria das Graças da Silva, 66, a mais velha dos dez filhos de Ercy.

O primeiro encontro com Amado Vitalino de Barros, o futuro marido, foi coincidentemente em um 26 de julho, Dia de Santana, a mãe de Maria.

Numa época em que o namoro se resumia a dar bom dia, boa tarde ou boa noite, os dois se casaram em 1954.

Cinco anos antes de se mudarem em 1969 com os sete primeiros filhos para Barra Mansa, onde o marido iria trabalhar na indústria siderúrgica, sentiu orgulho do companheiro, que ajudou a construir a igreja matriz de Simonesia.

Na casa da família, rezar o terço à noite era obrigação. "Os dois eram muito cúmplices e cantavam juntos o Ofício de Nossa Senhora", diz a filha.

A vida social de Ercy sempre foi relacionada às festas religiosas e arrumava as crianças para as missas de domingo. Não abria mão de reunir a família na Páscoa e no Natal. E gostava de flores.

Cozinheira de mão cheia, seu frango com alecrim era famoso, assim como os doces de laranja em barra, de goiaba e de mamão, que ainda nova vendia no interior de Minas Gerais.

Com seu jeitão matriarca, era durona na hora de educar os filhos. Também sabia o gosto de cada um na hora do almoço.

Ercy herdou de família um problema nos olhos e aos poucos foi perdendo a visão, mas nunca a fé. "Ela enxergava com o coração", diz a filha.

A mulher sentia orgulho do neto Victor Hugo Barros, 26, jornalista da equipe de comunicação do Santuário Nacional de Aparecida. "Ela contou para todo mundo quando conheci o papa Francisco em 2019, no Vaticano", lembra ele.

Ercy ficou viúva em 2014, dez anos depois do longo discurso que fez em uma cerimônia religiosa pelos seus 50 anos de casamento.

No início deste mês teve de ser internada por causa de uma pneumonia. No hospital, a família disse ter ouvido ela cantar baixinho a música "Com Minha Mãe Estarei".

Ercy Alves de Barros morreu no último dia 17 de julho, aos 88 anos, com um terço nas mãos. Viúva, deixou 10 filhos, 16 netos e 8 bisnetos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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