Descrição de chapéu Datafolha drogas

Metade dos brasileiros diz que usaria substâncias psicodélicas para tratamentos, segundo Datafolha

Pesquisa mostra também que 43% da população recusaria tratamento mesmo com recomendação médica

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São Paulo

O uso de substâncias psicodélicas enquanto medicamento é assunto que divide os brasileiros. Entretanto, mais da metade da população consideraria utilizá-la para algum tratamento de saúde caso tivesse a recomendação de um médico de confiança.

As informações foram obtidas em pesquisa feita pelo Datafolha com 2.016 entrevistados com 16 anos ou mais. As respostas foram coletadas em 139 municípios de todo o país nos dias 12 e 13 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

O tratamento com substâncias psicodélicas seria aceito "com certeza" por 36% dos entrevistados ouvidos pelo instituto. Outros 16% disseram que talvez aceitassem se houvesse indicação de um médico de confiança, e 43% responderam que não aceitariam o tratamento.

Cetamina utilizada em tratamento no Núcleo de Atenção ao Desenvolvimento Humano, na zona oeste de São Paulo - Bruno Santos/ Folhapress

A taxa de entrevistados que aceitaria o tratamento é menor entre evangélicos (27%) e entre quem declarou voto em Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022 (28%). Por outro lado, cresce entre os católicos (37%) e no grupo daqueles que votaram em Lula (PT) no ano passado (45%).

As drogas alucinógenas ou psicodélicas são substâncias naturais ou sintéticas que alteram os sentidos de forma significativa. Entre as mais conhecidas no país estão o LSD (ácido lisérgico), o MDMA (também chamado de ecstasy), a ayahuasca e a psilocibina (substância presente em algumas espécies de cogumelo).

Menos conhecidas da população geral que outras drogas, como maconha e cocaína, as substâncias psicodélicas tem amplo terreno de pesquisa no Brasil. O país é pioneiro em estudos com ayahuasca no tratamento da depressão, por exemplo.

De acordo com a pesquisa do Datafolha, 43% dos brasileiros são a favor da legalização do uso de psicodélicos como remédio, enquanto 46% são contrários. Há ainda 2% de indiferentes e 10% não opinaram.

Questionados sobre o uso ritualístico dessas substâncias, 25% disseram ser favoráveis e 62% contrários à permissão. Essa taxa varia dependendo da religião do entrevistado. Entre evangélicos, 69% disseram que são contra a legalização de psicodélicos para uso espiritual, e 19% são a favor. Já entre os católicos, 62% se disseram contrários e 23%, favoráveis.

Quanto à legalização completa do uso de psicodélicos, a taxa de favoráveis é ainda menor: 11% são favoráveis e 80% são contra.

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