Descrição de chapéu Cracolândia drogas

Cracolândia é isolada com grades durante a noite em cruzamento movimentado

Segundo a prefeitura, medida foi tomada após motorista atropelar 16 pessoas na avenida Rio Branco, em suposta reação a assalto

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São Paulo

A Prefeitura de São Paulo começou a cercar durante a noite o cruzamento da avenida Rio Branco e da rua dos Gusmões, no centro, local que atualmente é o principal ponto de concentração de dependentes químicos da cracolândia. Segundo a gestão Ricardo Nunes (MDB), a medida foi adotada para "proteger as pessoas em situação de vulnerabilidade e também os motoristas que transitam pela região".

Há menos de uma semana, após suposta tentativa de assalto, um motorista acelerou contra a aglomeração e atropelou 16 pessoas no mesmo cruzamento. À polícia, o homem disse que foi cercado por usuários, que teriam quebrado o vidro do carro e roubado um celular e uma bolsa.

Por meio de nota, a subprefeitura Sé disse que a instalação de grades no período noturno atende solicitação da SSP (Secretaria de Segurança Pública) do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos). A medida conta com o apoio da Polícia Militar e será repetida por tempo indeterminado.

Grades em calçada na na região da cracolândia, no centro de São Paulo, na noite de sábado (28); barreira é usada para isolar rua em caso de necessidade - Felipe Iruatã/Folhapress

Um vídeo registrado por morador da região mostra movimentação intensa de usuários de drogas no local, por volta de 22h da última sexta-feira (27). As grades de proteção recém-instaladas isolavam a maior parte dos dependentes químicos na rua dos Gusmões, mas alguns invadiam a avenida Rio Branco e circulavam em meio aos carros.

Segundo a prefeitura, a decisão de fechar a rua com grades grades será avaliada a cada noite. Neste sábado (28), com chuva e menos movimento, não houve necessidade de isolamento. Por volta das 22h, havia alguns gradis posicionados em frente a comércios na rua dos Gusmões, e dezenas de dependentes químicos se abrigavam sob toldos e lonas plásticas.

Os episódios de violência na avenida Rio Branco se tornaram mais frequentes com a aproximação do fluxo, que atualmente ocupa de forma alternada dois endereços da Santa Ifigênia. Durante o dia, os usuários se concentram na rua dos Protestantes, e à noite se locomovem para rua dos Gusmões, próximo à Rio Branco –local onde permanecem durante toda a madrugada.

Foi na avenida Rio Branco que um ônibus foi atingido por uma bala perdida em agosto —a reação de um policial civil de folga contra supostos assaltantes também deixou um suspeito e um pedestre baleados. Em outras ocasiões recentes, coletivos tiveram vidros e retrovisores quebrados por usuários de drogas.

Ocorrências de roubo e furto de celulares contra motoristas que transitam pela via também são registradas diariamente. Em nota, a prefeitura disse que adota medidas semafóricas de segurança, "como o módulo amarelo piscante na extensão da avenida Rio Branco, para que os motoristas tenham trânsito livre no período noturno".

Segundo sistema de monitoramento do governo municipal, a cracolândia é mais movimentada durante a noite. Em outubro, as cenas abertas de uso de drogas foram frequentadas, em média, por 610 pessoas diariamente no período vespertino. Os dados também indicam aumento na média de frequentadores em comparação com o mês anterior.

Procurada, a SSP citou ações de segurança adotadas na região, como o reforço do policiamento com 120 PMs, ampliação da Atividade Delegada (também chamada de bico oficial), entrega de novas motos e abertura de um novo batalhão da Polícia Militar na República. "Essa iniciativa reforçou a capacidade de resposta rápida das forças policiais, permitindo uma presença mais eficaz nas áreas mais movimentadas", diz nota da secretaria.

Ainda segundo a pasta, "os roubos e furtos na região central (1ª Seccional) estão há seis meses em queda consecutiva após 15 meses de alta".

A secretaria comandada por Guilherme Derrite também diz que mais de 600 usuários identificados na região da cracolândia estão cumprindo pena ou respondendo em liberdade por processos criminais. "Mais de 150 casos já foram informados ao Poder Judiciário para que possam ser presos novamente ou passem a ser monitorados para não retornarem às cenas de uso", diz a nota.

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