Descrição de chapéu ataque a escola violência

Estudantes lotam velório de aluna morta em ataque a escola de SP

Colegas da Escola Estadual Sapopemba vestiram preto e levaram flores brancas à despedida

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São Paulo

Emocionados e sem conseguir conter o choro, alunos da Escola Estadual Sapopemba, no Jardim Sapopemba, na zona leste de São Paulo, vestiram roupa preta e levaram flores brancas para o velório da colega Giovanna Bezerra, 17, assassinada pela manhã no colégio.

O corpo de Giovanna começou a ser velado às 20h desta segunda-feira (23) em São Miguel Paulista, também na zona leste.

Imagem mostra flores brancas nas mãos de uma jovem que veste roupa preta
Colegas da estudante morta em escola seguram flores ao entrar na funerária; Giovanna Bezerra, 17, foi assassinada no no ataque a tiros na Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo - Mathilde Missioneiro/Folhapress

A adolescente foi morta com um tiro na cabeça por um aluno da escola, de 16 anos, que foi apreendido.

Dezenas de adolescentes, alunos do colégio, lotaram o velório, muitos acompanhados dos pais. Os estudantes combinaram de vestir preto e levar flores brancas ao velório.

Uma das colegas de classe de Giovanna, no 3º ano do ensino médio, disse que a turma da sala de aula comprou uma coroa de flores brancas.

Ao lado de uma colega, a jovem de 17 anos, disse que descobriu que a amiga tinha sido morta no grupo de WhatsApp da sala —ela não foi a escola nesta segunda.

As duas estudavam juntas desde o 1º ano e acha que a colega foi morta por acaso.

Imagem mostra dezenas de pessoas à frente de alguns carros. Muitas vestem preto
Pátio e estacionamento lotados da funerária onde ocorre o velório da estudante Giovanna Bezerra, 17, morta na manhã desta segunda-feira (23) no ataque a tiros na Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo - Mathilde Missioneiro/Folhapress

Uma adolescente, de 16 anos, de outra sala se aula, precisou ser contida pelos jovens. Chorando a cada vez que falava, ela contava detalhes do crime, pois estava em um banheiro próximo do local do disparo para quem se juntava ao grupo em frente ao velório.

Chorando, os pais de Giovanna colocaram uma blusa na filha, como se estivesse com frio, na sala onde ela era velada. A cena foi narrada por Viviane Santana, 40, prima da mãe da adolescente.

"Era uma pessoa muito querida", afirmou Santana, com os olhos marejados, sobre a multidão na parte externa do velório na zona leste.

A prima contou que ia a uma consulta médica quando ouviu a notícia do ataque no rádio.

No hospital, recebeu um telefonema do pai com a notícia de que a menina baleada era sua prima.

"Ela não merecia isso, ela nunca fez bullying com ele [o atirador], nem com ninguém", disse. "Quantas pessoas vão ter que morrer para acabar com isso?", questionou.

Vizinho da adolescente, José Aristeu e a família ficaram cerca de uma hora no velório. "Estão todos muito emocionados", afirmou sobre a cerimônia.

O vizinho disse que ficou sabendo do crime pela TV e pelo barulho dos helicópteros. "Era uma menina linda."

A cerimônia é fechada a parentes e amigos —jornalistas não puderam entrar.

O enterro de Giovanna será nesta terça-feira (24), às 13h30, no Cemitério Nossa Senhora do Carmo, em Santo André, no ABC.

Além da morte de Giovanna, o ataque com arma de fogo resultou em duas estudantes baleadas na manhã desta segunda (23).

De acordo com a Polícia Militar, por volta das 7h30 um aluno de 16 anos, estudante do 1º ano do ensino médio do colégio, entrou na escola e efetuou diversos disparos. Ele seria vítima frequente de bullying por parte dos colegas da escola.

O atirador foi detido pela PM e levado para o 70º DP (Sapopemba).

Uma câmera de segurança registrou o momento em que o atirador entra em uma sala de aula, cheia de alunos, e efetua disparos. Há correria, e alunos deixam a sala em meio a tumulto.

Giovanna levou um tiro na cabeça. As duas feridas foram socorridas e levadas para o pronto-socorro do Hospital Sapopemba –uma delas já recebeu alta. Um terceiro estudante, que se feriu ao fugir, também foi socorrido e já foi liberado.

Outros casos

No último dia 10, um ataque à Escola Profissional Dom Bosco, em Poços de Caldas, no sul de Minas Gerais, deixou um estudante de 14 anos morto e outros três feridos. O ataque foi realizado por um ex-aluno do colégio, que usou uma faca na ação.

Em 19 de junho, um ataque a tiros no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, no norte do Paraná, deixou dois alunos mortos —um casal de adolescentes. O autor do ataque era um ex-aluno de 21 anos. Ele foi encontrado morto dias depois na prisão.

Na manhã de 5 de abril, um homem de 25 anos invadiu a creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau (SC), e matou quatro crianças. As vítimas são três meninos e uma menina, com idade entre 5 e 7 anos.

Em 27 de março, a professora de ciências Elisabeth Tenreiro, 71, foi morta em um ataque na escola estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo.

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