Após apagão, Enel anuncia isenção de três contas de luz para parte dos clientes

Medida é voltada para consumidores de baixa renda e que dependem de energia por questões de saúde

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São Paulo

Após apagão do início de novembro registrado em São Paulo, a Enel anunciou que parte dos clientes terão isenção da cobrança por três meses. Nesta quinta-feira (30), a companhia afirma que o benefício será para clientes de baixa renda cadastrados no benefício da tarifa social de energia elétrica que ficaram mais de 48 horas sem energia.

O auxílio também será concedido aos consumidores que dependem de equipamentos elétricos para sobreviver, chamados de eletrodependentes, que também foram previamente cadastrados na distribuidora. A isenção já começa na conta de dezembro.

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Bloqueio da Enel em área onde árvore caiu na rua Maria Figueiredo, no Paraíso; fiação atingida pelos troncos foi uma das causas da falta de luz do início do mês - Rubens Cavallari - 6.nov.2023/Folhapress

A concessionária explica que a isenção nas contas de energia vale apenas para os clientes cadastrados previamente nessas categorias antes da data da chuva e ventos de até 104 km/h que afetou a de distribuição no dia 3 de novembro em São Paulo.

Ainda de acordo com a concessionária, caso esses clientes tenham débitos anteriores com a distribuidora, até três contas atrasadas serão abonadas em substituição à isenção.

O apagão em São Paulo aconteceu em decorrência de um temporal que deixou 2,1 milhões de clientes da empresa, em 24 cidades da região metropolitana de São Paulo, sem energia —parte deles até por uma semana.

Em entrevista à Folha, o italiano e então presidente da Enel Nicola Cotugno afirmou que a empresa não precisava se desculpar pelo ocorrido, porque foi "algo excepcional" e o "vento foi absurdo". Depois, ele se desculpou.

"Infelizmente, em italiano, a palavra 'desculpar-se' significa dar elementos para tirar a culpa de si. Então usei a palavra, como uma má tradução, para dizer 'eu não quero tirar responsabilidade de mim', mas quero dar uma visão do contexto", afirmou, durante depoimento na CPI da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo).

Diante dos problemas com a concessionária, o prefeito paulistano, Ricardo Nunes (MDB), chegou a pedir o cancelamento do contrato com a Enel.

Cotugno deixou a empresa na semana passada e se aposentou. Ele estava à frente do braço nacional da companhia desde 2018.

Ele deixou a concessionária em meio a duas CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito), a da Alesp e outra na Câmara Municipal da capital.

A da Alesp foi instaurada em maio deste ano e, no dia 16, colheu depoimento do executivo. Ele tentou explicar sobre a redução de funcionários desde quando assumiu a concessão da distribuição de eletricidade na região metropolitana de São Paulo em 2018.

Como a Folha mostrou, a italiana Enel assumiu a concessão da distribuição de eletricidade na região metropolitana de São Paulo em 2018. Desde 2019, primeiro ano completo de operações, dobrou o lucro e reduziu em 35% o número de colaboradores.

"O volume da força de trabalho [nas ruas] não se reduziu, houve um equilíbrio entre interno e externo. Não é uma força de trabalho menor. No mesmo período, a gente investiu em tecnologia para obter resultado melhor", afirmou o então presidente da empresa no dia.

Além das CPIs, a empresa é alvo de ações na Justiça. No dia 10, a juíza Laís Helena Bresser Lang, da 2ª Vara da Fazenda Pública, acatou um pedido da prefeitura e mandou a Enel apresentar dentro de cinco dias um plano de contingência para o fornecimento de energia elétrica na capital, além de medidas para evitar problemas em dias de chuva.

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