Presidente e diretor da Enel são convocados por CPI na Alesp

Deputado Thiago Auricchio, que preside a comissão, diz que companhia deve explicar redução do número de funcionários

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São Paulo

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Enel na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) aprovou, na manhã desta quarta-feira (8), a convocação de Max Xavier Lins, diretor da empresa em São Paulo, e do executivo da Enel no Brasil, Nicola Cotugno.

No caso de Cotugno, a convocação foi motivada inclusive pelas declarações do executivo à Folha. "Não é para nos desculparmos, não. O vento foi absurdo", disse ele em entrevista publicada nesta terça.

Lins, que é responsável pela Enel em São Paulo, já havia sido convidado antes a comparecer na CPI, instalada em maio deste ano. Porém, com a dificuldade da empresa em sanar a falta de energia em milhares de casas desde sexta (3), ele agora está convocado.

"O convite é facultativo, ele pode ir ou não. Em virtude do episódio na sexta, resolvemos fazer a convocação, onde ele deve comparecer", disse o deputado estadual Thiago Auricchio (PL), que preside a CPI.

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Enel é alvo de CPI na Alesp desde maio deste ano - Rubens Cavallari - 6.nov.2023/Folhapress

Os depoimentos dos executivos da Enel estão previstos para a próxima semana. A CPI, de acordo com Auricchio, deverá chegar ao relatório final em meados de dezembro.

Autor do requerimento para Cotugno comparecer na Alesp, o deputado Guilherme Cortez (PSOL) diz que a população está cansada do "descaso" da Enel. "A convocação é fundamental para questionarmos a negligência da empresa. A iniciativa privada não pode ter salvo-conduto para desrespeitar direitos fundamentais", afirmou o deputado.

O presidente da CPI adiantou que ao menos duas situações deverão ser esclarecidas pela Enel.

"Preocupa a redução do quadro de funcionários. Nessa hora [tempestade de sexta] vemos que o quadro de funcionários não foi ideal, não é suficiente", afirmou Auricchio. "E precisamos saber sobre o parque elétrico, que está sucateado e com peças desde a década de 1960", completou o deputado.

A Enel assumiu a concessão da distribuição de eletricidade na região metropolitana de São Paulo em 2018 e promoveu um enxugamento em seu quadro de pessoal. Entre 2019 e 2022, o número de colaboradores próprios e terceirizados caiu de 23,8 mil para 15,3 mil.

A Enel afirma que os cortes se concentraram em áreas administrativas e não tiveram grande impacto no efetivo operacional, que foi para as ruas cuidar dos impactos da tempestade. "A companhia possui atualmente uma resposta de recuperação da rede mais efetiva do que em anos anteriores", disse a Enel.

Sobre o parque elétrico, porém, a companhia não respondeu de forma específica. A concessionária afirma que desde que adquiriu a rede tem investido R$ 1,3 bilhão por ano, em média, contra cerca de R$ 800 milhões anuais anteriormente.

"Esse volume recorde de investimento está sendo destinado, principalmente, à digitalização e automação da rede elétrica, o que tem refletido na melhora dos indicadores de qualidade e na eficiência da companhia", afirma a Enel, em nota.

A CPI também foi favorável, nesta quarta, a convidar os prefeitos de 24 de cidades atendidas pela concessionária, inclusive o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).

Outro item aprovado pela CPI requer da Enel uma garantia de indenização, dentro de 60 dias, para os usuários prejudicados com a falta de energia elétrica, conforme proposta do deputado Luiz Cláudio Marcolino (PT).

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