Manifestantes ocupam prédio do Ministério da Saúde em SP

PM foi solicitada; foram usados spray de pimenta e gás contra o grupo com mulheres, crianças e homens; OUTRO LADO: Secretaria de Segurança Pública disse que polícia não obteve sucesso na negociação e retirou os manifestantes do local

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São Paulo

Dezenas de manifestantes entraram em um prédio com fachada do Ministério da Saúde, na noite deste sábado (25), na avenida 9 de Julho, em São Paulo.

A Polícia Militar foi acionada e usou spray de pimenta e gás no grupo formado por mulheres, crianças e homens. O grupo obtinha faixas do movimento Frente de Luta por Moradia (FLM) e alguns cartazes tinham frases como "ocupar não é crime" e "nenhuma mulher sem casa".

As lideranças do grupo alegam que o imóvel estava desocupado. A Polícia Militar e os policiais do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (BAEP) tentaram dispersá-los. Não houve feridos.

Grupo de manifestantes dentro do prédio
Grupo de manifestantes dentro do prédio - Reprodução/TV Globo

Os manifestantes saíram do prédio, ocuparam parte da avenida 9 de julho e, por volta das 23h40, se dispersaram.

Segundo a FLM, a PM usou "força repressiva para oprimir famílias que lutam pelo direito à moradia" e afirmou que "enquanto houver gente sem casa, haverá a luta dos trabalhadores sem-teto".

Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) afirmou que mais de 100 pessoas estavam presentes.

Segundo o órgão, foram constatados danos materiais dentro do edifício e um segurança do local relatou ter sido agredido fisicamente quando tentou impedir a entrada das pessoas.

A SSP disse, ainda, que os policiais militares tentaram negociação, mas sem sucesso. Às 23h15, equipes do Baep e da Força Tática começaram a retirada dos integrantes da invasão no imóvel. Todos foram retirados do local.

O Ministério da Saúde afirmou que está em contato com as lideranças do movimento Frente de Luta por Moradia desde o início da noite de sábado (25), quando foi informado da movimentação.

"No diálogo com as lideranças foi solicitada a desocupação do prédio, onde funciona parte da estrutura da superintendência que ainda não foi migrada para a nova sede na capital. O pedido foi atendido prontamente, sem resistência, e está prevista reunião com as lideranças do movimento nesta segunda-feira (27)", diz trecho da nota enviada à reportagem.

O Ministério da Saúde ressaltou que não acionou as forças policiais e não pactua com a conduta aplicada contra mulheres e crianças que estavam no local. Foi solicitado, inclusive, que a ação ocorresse sem uso da violência, visto que já havia sido acordado a desocupação do prédio de forma pacífica.

O caso foi registrado no 78º DP, (Jardins) como lesão corporal e alteração de limites.

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