Descrição de chapéu Obituário Geraldo Aroldo de Queiroz (1965 - 2023)

Mortes: Com um sorriso no rosto, mirava sempre o lado positivo da vida

Geraldo Aroldo de Queiroz valorizava a família e os amigos, e não se privava das coisas boas

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São Paulo

Nascido no pequeno distrito de Terra Branca, município de Bocaiúva, no norte de Minas Gerais, Geraldo Aroldo de Queiroz era o décimo dos 15 filhos do casal Sebastião e Vitorina. Foi lá, no vale do rio Jequitinhonha, onde conheceu o amor de sua vida, Gilda, mas também onde foi contaminado pela doença de Chagas, uma praga tipicamente brasileira que abreviou sua vida.

Desde pequeno, ajudou nos trabalhos na roça para o sustento da família. Aos 14 anos, em 1979, com as condições difíceis da lavoura, a família decidiu se mudar para São Paulo, em busca de novas oportunidades.

Logo após a chegada, trabalhou como empacotador de uma rede de supermercados. Com o tempo, foi promovido a supervisor de caixa, sua última posição antes de passar em um concurso na CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), em 1989.

Geraldo Aroldo de Queiroz (1965 - 2023)
Geraldo Aroldo de Queiroz (1965 - 2023) - Arquivo pessoal

Formado em economia na Faculdade Oswaldo Cruz, ele optou por seguir carreira na empresa de gestão do tráfego da capital paulista. Em 34 anos, passou por vários departamentos até assumir a coordenação dos eventos realizados no centro e na zona norte da cidade. Era ele que planeja os bloqueios de trânsito em casos de corridas de rua, shows ou estacionamento de guindastes para obras, por exemplo.

"Um traço forte dele era nunca reclamar de trabalhar aos finais de semana. Normalmente, na madrugada de sábado para domingo ou aos domingos. Mesmo depois de anos e anos, sempre demonstrava estar feliz naquilo que fazia", diz o filho único Daniel, 25, fruto do casamento com Gilda, 53, com quem viveu os últimos 26 anos.

No dia a dia, Aroldo sempre foi brincalhão e bem-humorado. Com o semblante sempre calmo e a voz suave, ele sabia ouvir e também consolar, e não media esforços para ajudar quem precisasse.

Para relaxar após um dia de trabalho pesado ou para acompanhar os jogos do seu Cruzeiro, não dispensava uma cerveja ou uma cachacinha tipicamente mineira. Fosse em casa ou ao lado dos amigos e familiares.

"Não havia momentos ruins, e por mais que algumas vezes a situação não fosse a melhor, sempre olhava para o lado positivo", conta Gilda.

Em março deste ano, Aroldo foi voluntário do Incor (Instituto do Coração) no estudo de um aparelho para exercitar o coração enfraquecido pela doença de Chagas, o modulador de contratilidade cardíaca, um tipo de marca-passo. Ele demonstrou mais disposição nas últimas consultas, mas um infarto abreviou sua vida no último sábado (25), aos 58 anos, antes do fim do estudo.

"Ele foi um excelente marido, pai, amigo e companheiro. Sempre atencioso, zeloso e presente. Demonstrando sempre o que sentia de sua própria maneira, com muita atenção, abraços e brincadeiras. Um anjo que Deus colocou em minha vida. Sou grata por ter vivido todos esses anos ao seu lado", diz Gilda.

Deixa a mulher, o filho, 11 irmãos e dezenas de sobrinhos e amigos.

"Apesar de ser religioso, meu pai sempre gostou de lembrar que a vida é aqui, que devemos ser felizes, tomar uma cervejinha quando tivermos vontade, comermos o que tivermos vontade. Dizia que já vivia o céu, mesmo estando em terra", destaca Daniel.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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