Descrição de chapéu Obituário Telma Aparecida Duarte (1956 - 2024)

Mortes: Costumava ter uma palavra amiga e um bom humor inabalável

Telma Duarte dedicou suas generosidade à carreira de trabalho pelos consumidores

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Depois do início da pandemia de Covid, em 2020, a rotina de trabalho de Telma Aparecida Duarte e de seus colegas mudou, mas nem por isso ela deixava de ser um dos pilares da alegria do escritório.

Segundo os amigos do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), onde trabalhou por 34 anos, Telma era do tipo de pessoa que sempre tem uma piada na ponta da língua, uma palavra amiga e um bom humor inabalável.

Em meio ao trabalho remoto obrigatório durante as fases mais duras da crise sanitária, não era incomum os colegas serem surpreendidos com um cachorro no vídeo de Telma. "Ela amava, punha na reunião para interagir com a gente", diz a diretora-executiva do instituto, Carlota Aquino, 47.

telma sorri para foto, leva a mão ao queixo
Telma Aparecida Duarte (1956 - 2024) - Arquivo pessoal

"Era muito solidária, conectada com as pessoas. Sempre se propunha a ajudar, mesmo que às vezes não tivesse condições. Emprestava dinheiro para alguém com problema e depois ia pagando o financiamento do banco."

Nascida em maio de 1956, Telma foi criada junto com os três irmãos na pequena Itirapina, a 42 km de Rio Claro, no interior de São Paulo.

Depois de terminar a escola, foi trabalhar na capital paulista. Nos anos 1980, conheceu Marilena Lazzarini, que fundou, em 1988, o Idec.

Segundo a irmã Ruth Duarte, 78, professora aposentada, Telma foi convidada por Marilena para trabalhar no instituto em 1990. "Ela sabia de tudo, trabalhou lá, aposentou-se e depois foi chamada novamente."

Durante a carreira de 34 anos no Idec, Telma passou por atendimentos em ações civis públicas propostas pela organização, e, nos anos 2000, começou a trabalhar com os cadastros de associados, supervisionando a operação e a atualização de informações.

"Se tinha uma pessoa sem experiência, ela ajudava. Era muito dedicada e trabalhadora", afirma Ruth.

As duas irmãs moravam na casa deixada pelos pais em Rio Claro. A rotina era de companheirismo entre elas, já que não se casaram ou tiveram filhos. Segundo Ruth, a culpa foi do pai. "Ele foi muito exigente na nossa educação", diz, aos risos.

Telma, dez anos mais nova, cuidava da organização da casa e da saúde de Ruth. As duas passavam os dias conversando durante as refeições e depois do expediente de Telma, acompanhadas pela cachorra Sofia.

Na manhã de 11 de janeiro, no entanto, Telma não se levantou para o café da manhã. Ela morreu aos 67 anos, após sofrer um acidente vascular cerebral, e deixa a irmã.

Os dias sem a conversa fiada serão difíceis, diz Ruth. "A gente se sentava uma de frente para a outra durante as refeições, e eu perguntava ‘Telma, por que você está rindo?’. Ela respondia ‘nada, não tô rindo de nada’."

coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missa

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.