Descrição de chapéu Obituário Celso Abdon Lopes de Mello (1976 - 2024)

Mortes: Exerceu a medicina com intensidade e representou o Brasil nos estudos de câncer raro

Nascido no interior de Minas Gerais, o oncologista Celso Abdon Lopes de Mello se formou na USP e fez carreira no A.C. Camargo

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São Paulo

O médico Celso Abdon Lopes de Mello teve como missão estudar e auxiliar os pacientes diante dos tumores mais raros. Graduado em medicina e com doutorado na área de oncologia pela USP (Universidade de São Paulo), ele deixou um legado de dedicação à medicina.

Partiu de forma precoce, aos 48 anos, mas é reverenciado entre os colegas e pacientes pela intensidade com que exercia o ofício.

Mineiro de Delfinópolis, a 400 km de Belo Horizonte, ele nasceu no dia 7 de fevereiro de 1976. Filho de pai comerciante e mãe professora, trocou o município com quase 6.500 moradores e conhecido como "paraíso ecológico" para estudar em São Paulo.

Celso Abdon Lopes de Mello
Celso Abdon Lopes de Mello (1976 - 2024) - Arquivo

O tio Ademar Lopes, cirurgião oncológico e primeiro médico na família, foi sua grande inspiração na profissão.

Mello graduou-se aos 25 anos, fez residência na USP e no hospital A.C.Camargo Cancer Center, referência no tratamento da doença. Neste último, foi convidado para integrar o departamento de oncologia clínica e permaneceu até as últimas horas de sua vida.

No dia 14 de fevereiro, Quarta-feira de Cinzas, o oncologista almoçou com os colegas no A.C Camargo, como de costume. Foi para sua casa trocar de roupa, mas não voltou para o turno da tarde.

Funcionários do hospital tentaram contato por telefone e, como não tiveram sucesso, foram até sua casa. Mello não resistiu ao rompimento de um aneurisma.

"Foi uma perda significativa para todos nós. Mortes inesperadas machucam muito mais, uma coisa é quando está velho, está doente", disse o tio Ademar, hoje vice-presidente institucional do A.C Camargo.

Além da labuta nos hospitais, Mello também foi professor assistente na Universidade Mogi das Cruzes.

E também representava o país no Selnet, um consórcio que reuniu profissionais latino-americanos e europeus para estudar casos de sarcomas —tumores malignos em tecidos moles, como os músculos, gorduras e tendões.

Ao saber do falecimento, cada médico do projeto fez um depoimento. "Foi um incrível médico e grande cara, sempre disposto a ajudar. É uma perda terrível", lamentou o oncologista italiano Dario Callegaro.

O velório teve início no anfiteatro do A.C Camargo, em cerimônia com médicos, familiares e pacientes. Após a despedida em São Paulo, o corpo foi levado para Delfinópolis, onde Mello foi enterrado ao lado de sua mãe.

"Ele se preocupava com os pacientes, ouvia. Às vezes, chegava com um pouco de raiva, revolta, e ele, como sempre, mantinha a paciência, o carinho", afirma Ielma Paula Rizzi, que desde dezembro de 2022 fazia tratamento com a equipe do A.C Camargo.


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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