Suspeitos de atuar em milícia ligada a Ronnie Lessa são presos no Rio

Promotoria tenta cumprir cinco mandados de prisão em investigação de rede ilegal de comércio de armas e munições

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O Ministério Público do Rio de Janeiro, por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado), faz uma operação nesta sexta (1º) para tentar prender cinco suspeitos de integrarem uma rede ilegal de comércio de armas de fogo e munições, até mesmo de uso restrito, na região de Rocha Miranda, zona norte da cidade. Até as 15h, quatro pessoas procuradas haviam sido presas.

A ação é um desdobramento da operação Jammer, que investiga a organização criminosa supostamente ligada a uma milícia liderada pelo ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, e o ex-PM Ronnie Lessa. Ambos estão presos sob suspeita de envolvimento nas mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorridas em 2018.

PM reformado Ronnie Lessa, que teria efetuado disparos, e o ex-policial Élcio Queiroz, acusado de dirigir o carro do atirador O - Reprodução

Segundo a nova investigação, a milícia atuava na zona norte e era voltada à exploração clandestina de atividades de telecomunicação, televisão e internet.

Entre os denunciados por comércio ilegal de armamentos está um suposto gerente da internet pirata da da milícia. Suel e Lessa não fazem parte dessa denúncia.

Os promotores afirmam que havia compra e venda de diversas armas de fogo, entre elas um fuzil. A operação teve como base provas obtidas em apreensões realizadas na operação Jammer.

Os mandados foram obtidos pelo Gaeco junto ao Juízo da 2ª Vara Criminal da Regional de Madureira, que recebeu a denúncia, e estão sendo cumpridos por agentes nos bairros de Rocha Miranda, Honório Gurgel, Colégio e Catumbi, na zona norte do Rio.

Na quarta (28), um dono de ferro-velho suspeito de ter feito o desmanche e descartado o carro usado nos assassinatos de Marielle e Gomes foi preso.

Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como Orelha, foi preso em casa em Santa Cruz da Serra, Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A reportagem não conseguiu localizar a defesa do suspeito.

Ele foi denunciado pela Promotoria em agosto de 2023. Segundo o texto, ele teria impedido e atrapalhado as investigações do caso ao destruir o carro em um desmanche no morro da Pedreira, na zona norte do Rio.

Ainda de acordo com os promotores, o suspeito é conhecido Lessa e Élcio de Queiroz, também acusado de matar a vereadora e seu motorista.

Em sua delação, Queiroz afirmou que Orelha foi acionado pelo ex-bombeiro Suel para se livrar do veículo usado no atentado.

Ainda de acordo com o depoimento, Orelha tinha contato com pessoas que possuem peças de carros. Na delação, o ex-PM disse ainda que, dois dias depois do assassinato, ele e Ronnie levaram Orelha até o local onde estava o veículo, em uma praça em Rocha Miranda.

Élcio de Queiroz narrou ainda que ficou sabendo por meio de Suel de que o Cobalt branco usado no crime foi para o "morro da Pedreira", onde havia um desmanche de veículos.

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