Descrição de chapéu Obituário Clóvis Figueiredo Leite (1951 - 2024)

Mortes: Animou 50 anos de festas na Bahia com diversidade de ritmos

Kocó ficou conhecido no sul do estado como vocalista da banda Lordão

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Juazeiro (BA)

Quem já passou algum São João em Ibicuí (BA), possivelmente escutou a voz de Clóvis Figueiredo Leite, o Kocó, vocalista da Lordão. A banda de estilo baile ultrapassou gerações animando as festas do sul da Bahia com seu repertório eclético e cheio de hits.

Sempre de óculos escuros, Kocó animava o público e, mesmo após 50 anos no palco, se reinventava. Um dos últimos sucessos na sua voz, a música "Forró Elegante" faz referência aos paredões de som que animam os eventos juvenis da região atualmente.

"A vida dele toda foi dedicada à banda Lordão", afirma a esposa Sonia Maria Cardoso Leite, 72.

Clóvis de Figueiredo Leite (1951 - 2024)
Clóvis de Figueiredo Leite (1951 - 2024) - Reprodução Instagram

Leite nasceu no Rio de Janeiro, em 1951. Foi na capital fluminense que ganhou o apelido que virou nome artístico.

Filho de representantes comerciais, morou em várias cidades. Aos 9 anos, foi para Belo Horizonte. Depois, aos 14, para Juiz de Fora (MG). E aos 16, chegou a Salvador, terra natal dos pais.

Na capital baiana, o menino que sempre gostou de música se encontrou com as turmas que tocavam violão pelas calçadas e a efervescência musical do estado. E, no colégio em que estudava, conheceu Sônia Maria, sua paixão.

Em 1972, Kocó foi convidado a se mudar para Itabuna (BA). Era o mais novo contratado pela então Ritmos Lord, hoje Banda Lordão.

Começou no contrabaixo e foi soltando a voz. O caçula da banda virou sócio, cantor e diretor musical.

Aos 22, casou-se com Sônia. "Ele tinha a promessa de voltar, mas estava me enrolando. Tive que me mudar", conta a esposa. Tiveram dois filhos, primeiro Clóvis Júnior, o Kocó Jr., e Marcos Vinícius.

O mais velho até cursou publicidade e propaganda, mas a herança não foi só de nome, também se tornou cantor da Lordão. A dor do pai foi perder o filho em 2009, aos 33 anos.

Kocó sempre guardou uma vontade de estudar, pois teve que parar ainda jovem. Já aos 60 anos, voltou para a sala de aula e se formou em administração de empresas.

Em 2023, o músico recebeu a Comenda 2 de Julho, maior honraria do estado, concedida pela Assembleia Legislativa da Bahia. Na cidade que escolheu para viver, recebeu o título de cidadão itabunense e a Comenda Firmino Alves.

A esposa conta que ele tinha diabetes há muitos anos, mas não controlava a alimentação como deveria. Nos últimos meses, passou por um transplante de fígado, depois de muita espera. Acabou com complicações no período de recuperação e morreu no dia 19 de fevereiro, aos 72 anos, em Salvador.

Deixa a mulher, Sônia, 72, o filho Marcos Vinícius, 48, e cinco netos: Maitê, João Umberto, Maria Antônia, Maria Eduarda e Rauani.


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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