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30/01/2011 - 18h31

Empresário nega irregularidades em prédio que desabou no PA

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JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DE BELÉM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O proprietário da Construtora Real Class, Carlos Lima Paes, responsável pelo prédio em construção de cerca de 30 andares que desabou em Belém (PA) neste sábado, negou que houvesse irregularidades na obra. Ao menos uma mulher morreu no acidente.

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Prédio desaba em Belém (PA)
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Valdemar Neves/Leitor
Imagem feita em 17 de dezembro de 2010 mostra prédio em obras que desabou no PA
Imagem feita em 17 de dezembro de 2010 mostra prédio em obras que desabou no PA

O empresário, que é também engenheiro civil, afirma que o Real Class, de 34 andares e 60 apartamentos, tinha todas as autorizações necessárias e era alvo de avaliações constantes.

'Não existe absolutamente nada irregular.Todas as etapas foram cumpridas na mais perfeita ordem. [A obra] nunca apresentou nenhum sinal de colapso', diz.

A fundação do edifício, possível motivo do desabamento, foi feita por duas empresas terceirizadas pela construtora, segundo Paes.

Ele disse que é impossível, agora, precisar as causas da queda, até serem finalizados laudos técnicos. Moradores do área relatam ter havido um raio e um tremor antes de o Real Class cair, relatou.

Outros prédios construídos pela Real (em seus 27 anos de existência, foram 15) passarão por vistorias, disse.

De acordo com o empresário, a construtora está dando apoio médico, psicológico e abrigo para os feridos ou pessoas que tiveram de deixar suas residências próximas ao local.

Mas algumas desses pessoas, que esperavam os donos da Real na saída da entrevista, afirmaram que a ajuda não chegou a eles.

'É mentira. Eles são mentirosos', afirmou, gritando, o advogado Robert Zoghbi, dono de uma das casas que veio abaixo com a queda do prédio. Ele está alojado na casa de parentes.

Segundo Zoghbi, a obra estava 'completamente irregular'. 'Minha casa tinha várias rachaduras [causadas pela obra]. A Justiça negou um laudo emergencial que eu pedi. E eles [construtora] moveram uma ação para que eu construísse uma proteção [contra detritos que caíam do prédio]', disse.

De acordo com o governo do Estado, quase 130 pessoas que moram na vizinhança da obra estão desalojadas e hospedadas em hotéis.

BUSCAS

A equipe de resgate que trabalha, neste domingo, para remover os escombros do prédio procura por quatro operários que trabalhavam no local na hora do acidente.

De acordo com o governo do Pará, os operários desaparecidos são: Manoel Raimundo da Paixão Monteiro, José Paulo Barros, Luiz Nazareno Lopes e Izaías Menezes Mafra. Eles trabalhavam no prédio de cerca de 30 andares que estava em fase de acabamento. Não havia moradores no imóvel.

O corpo de Maria Raimunda Fonseca dos Santos, 67, foi encontrado na manhã de hoje entre os escombros. Segundo o Corpo de Bombeiros, ela morava em uma das casas vizinhas que foram soterradas.

Na hora do acidente, Maria e o marido estavam em casa. Ele conseguiu sair a tempo, mas ela foi atingida. Uma outra casa --que também foi soterrada-- não havia ninguém. No momento da queda, chovia forte e ventava muito em Belém.

Os promotores Marco Aurélio Nascimento (de Defesa do Consumidor), José Godofredo Santos (Urbanismo) e José Maria Lima (Constitucionais), visitaram o local na manhã de hoje e informaram que o Ministério Público não recebeu denúncia sobre possível problemas estruturais na construção do prédio. A denúncia feita foi sobre o prazo de entrega da obra.

Ontem, em visita ao local do acidente, o governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), havia dito que moradores tinham denunciado ao Ministério Público supostas irregularidades na obra.

 

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