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12/04/2011 - 17h47

Justiça manda Google quebrar sigilo de conversas de atirador

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DO RIO

Atualizado às 18h09.

A juíza Alessandra de Araújo Bilac de Moreira Pinto, da 42ª Vara Criminal do Rio, autorizou nesta terça-feira a quebra do sigilo eletrônico de Wellington Menezes de Oliveira, 23, que atirou contra alunos da escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo (zona oeste), matando 12 deles na quinta-feira (7).

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O pedido partiu da DRCI (Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática), e pretende esclarecer se houve participação direta ou indireta de outras pessoas no ataque.

Ontem, após autorização judicial, a polícia iniciou a análise dos e-mails recebidos e enviados pelo atirador, além de suas conversas por meio do MSN (serviço de mensagens instantâneas da Microsoft).

A decisão de hoje atinge os registros do atirador no Google. Segundo a juíza, a única forma de prosseguir com as investigações é vasculhar os vestígios virtuais armazenados pela empresa, "para conseguir mais informações sobre Wellington, e quaisquer outras pessoas que tenham participado do fato e os motivos que o levaram a cometê-lo."

Ao conceder a autorização, a magistrada determinou que os dados sejam encaminhados diretamente à delegada Helen Sardenberg, titular da DRCI, no prazo de duas horas a partir do recebimento da intimação pela empresa, sob pena de desobediência.

O pedido de quebra de sigilo é feito após a polícia encontrar indícios de que o atirador participava de uma organização religiosa. Em manuscritos encontrados em sua casa, em Sepetiba (zona oeste), o atirador sugere que participa de um grupo com outras pessoas.

"Essa minha saída do grupo me deu forças para reconhecer que agi errado em escutar aquela mulher. Eu não gostei de sair mas sei que é o certo, mas tenho certeza que foi meu pai quem os mandou aqui no Brasil. Ele conheceu o Abdul e mandou que ele viesse com os outros precisamente ao Rio."

A polícia também trabalha com a hipótese de que as anotações sejam apenas fruto da imaginação de Wellington.

MASSACRE

A tragédia ocorreu por volta das 8h30 do dia 7 de abril, após Wellington entrar na escola onde cursou o ensino fundamental e dizer que buscaria seu histórico escolar. Depois, disse que daria uma palestra e, já em uma sala de aula, começou a atirar nos alunos.

Relatos de sobreviventes afirmam que ele mirava na direção nas meninas. Uma das alunas contou aos policiais que, ao ouvir apelos para não atirar, Oliveira mirava na direção delas, tendo como alvo a cabeça.

Os policiais informaram ainda que, pelas análises preliminares, há indicações de que Oliveira treinou para executar o crime.

Durante o tiroteio, um garoto, ferido, conseguiu escapar e avisar a Polícia Militar. O policial Márcio Alexandre Alves relatou que Oliveira chegou a apontar a arma para ele quando estava na escada que dá acesso ao terceiro andar do prédio, onde alunos estavam escondidos. O policial disse ter atirado no criminoso e pedido que ele largasse a arma. Em seguida, Oliveira se matou com um tiro na cabeça.

A motivação do crime será investigada. De acordo com a polícia, o atirador usou dois revólveres e tinha muita munição. Além de colete a prova de balas, usava cinturão com armamento. Em carta (leia íntegra aqui), o criminoso fala em "perdão de Deus" e diz que quer ser enterrado ao lado de sua mãe.

Arte/Folha

 

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