Zema mantém em MG escolas cívico-militares criadas por Bolsonaro

Administração dos estabelecimentos agora será feita em parceria com o Corpo de Bombeiros

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Belo Horizonte

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), anunciou nesta quinta (13) que as escolas cívico-militares vão continuar funcionando no estado, mas com administração compartilhada com o Corpo de Bombeiros.

A decisão foi comunicada pelas redes sociais um dia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidir acabar com o programa, criado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em acordo entre os ministérios da Educação e da Defesa.

Pelo programa, as duas pastas são as responsáveis pela elaboração da gestão nas áreas educacional e didático-pedagógica das escolas com a participação do corpo docente dos estabelecimentos e apoio dos militares. As informações são do site do programa na internet. As escolas podem ser estaduais e municipais.

A foto mostra o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).
Possível herdeiro do bolsonarismo, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que vai manter as escolas cívico-militares no estado - Gil Leonardi/Agência Minas

"Em Minas as escolas cívico-militares continuarão funcionando com gestão compartilhada dos bombeiros", disse Zema, na publicação. Os bombeiros mineiros são militares de Estado.

Segundo relação também disponível no site, Minas Gerais tem 16 escolas incluídas no programa. Duas em Belo Horizonte e 14 no interior. Oito são estaduais e oito, municipais. A Secretaria de Estado de Educação mantém 3.518 estabelecimentos de ensino.

Uma escola estadual, localizada em Santos Dumont, na Zona da Mata, também está incluída no programa. A relação aponta, porém, que o estabelecimento a participar ainda não foi definido.

Na publicação desta quinta, Zema afirma que a tradição, a disciplina e o prestígio de uma das instituições mais respeitadas do mundo agora se unem ao trabalho de ensino dos mineiros.

Herdeiro

É a segunda vez ao longo do mês de julho que Zema faz acenos ao bolsonarismo. O governador apoiou o ex-presidente no segundo turno da eleição para o Palácio do Planalto no ano passado.

Com a inegibilidade de Bolsonaro determinada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 30 de junho, Zema passou a ser considerado, ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), um possível herdeiro político do ex-presidente.

O primeiro aceno foi no dia 1º, um dia depois da decisão do TSE. Zema foi às redes sociais e publicou uma frase atribuída ao ditador fascista italiano Benito Mussolini: "Fomos os primeiros a afirmar que, quanto mais complexa se torna a civilização, mais se deve restringir a liberdade do indivíduo", postou.

Nesta quarta (12), em entrevista à emissora GloboNews, o governador afirmou que a publicação serviu como um alerta e que não pensa como Mussolini.

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