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'Com apoio do Black Money, nosso negócio continua de pé', diz estilista carioca

Ligia Parreira trabalha com moda há 17 anos e, se não fosse apoio do MBM, finalista no Empreendedor Social 2021, teria fechado as portas na pandemia

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São Paulo

A estilista carioca Ligia Parreira, 40, trabalha com moda há 17 anos e viu na pandemia toda sua jornada e negócios --como a marca de roupas Devassa, a loja Pop Afro e o coletivo AfroCriadores--, serem ameaçados.

Graças ao Movimento Black Money, conseguiu informatizar seu empreendimento, receber aporte para que ele seguisse de pé e, ainda, se sentisse apoiado para continuar com sua atuação colaborativa entre negros.

Ligia Parreira, dona da Marca de roupa Devassa, que foi impactada pelo projeto Black Money
Ligia Parreira, dona da Marca de roupa Devassa, que foi impactada pelo projeto Black Money - Arquivo pessoal

Conheci o Movimento Black Money a partir da Nina Silva como influenciadora. Acompanho há um tempo o trabalho dela principalmente em ações afirmativas nas comunidades negras.

Isso foi me incentivando a estar dentro de um grupo de parceria econômica que valorizasse esse processo de conscientização e união entre os empreendedores negros.

Falar sobre consumo preto nunca foi uma coisa muito didática para mim. A ideologia do black money falada pela Nina Silva deixou isso mais claro, fácil de entender.

Trabalho com moda há 17 anos. E comecei após terminar o curso de publicidade e propaganda na ESPM. Em 2003, criei minha própria marca de roupas, a Devassa, e, a partir de então, não deixei mais de empreender.

Em novembro de 2019, ao lado da minha sócia, Ignez Teixeira, lançamos a Pop Afro, loja colaborativa no Madureira Shopping, que fica na região norte do Rio de Janeiro.

A nossa loja segue a mesma filosofia do Movimento Black Money: ela é uma engrenagem nesse processo de colaboração financeira entre negros.

Precisamos nos apoiar ou ficaremos à mercê dos outros. No Carnaval de 2016, por exemplo, a Devassa lançou uma fantasia inspirada nos saquinhos de pipoca vendidos em carrinhos nas praça. Fizemos ensaios fotográficos e aparecemos em sites.

Com o apoio do Black Money, foi possível ao nosso negócio continuar de pé

Ligia Parreira

estilista

Em 2020, uma marca famosa fez uma fantasia igual a nossa. Esse episódio me mostrou como marcas grandes encaram negócios criados por negros. Preferem propor o nosso apagamento do que ajudar e incentivar parcerias.

Já o nosso estabelecimento une todo tipo de negócio criado e vendido por negros e que esteja voltado ao varejo, seja artesanato, cosmético, seja peças de decoração. Na verdade, gostamos de dizer que fomentamos o "afronegócio", em que dividimos proporcionalmente o valor entre os parceiros.

E não tinha como ser diferente, estamos instalados em um shopping onde, à primeira vista, podemos dizer que 90% das pessoas são negras. Madureira é o berço do samba, do charme, tem a cultura preta carioca na pele.

Quando a pandemia do novo coronavírus começou, as vendas do nosso negócio sofreram muitos impactos. Com as lojas fechando, incluindo a nossa. Nós não estávamos em condição de informatizar o negócio. Foi aí que nos inscrevemos no "Impactando Vidas Negras", do MBM. Durante três meses, recebemos um auxílio que foi importante para o empreendimento todo.

Com o apoio do Black Money, foi possível ao nosso negócio continuar de pé.

E também entendo que iniciativas como essa são importantes para negócios em tempos de crise, principalmente para empreendimentos pequenos como o nosso.

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