Descrição de chapéu Coronavírus

Itália bate recorde de mortes de Covid-19 em 24 h e EUA têm o maior número de internações

País europeu superou recorde anterior, que era de março, ao registrar 993 óbitos em um dia

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Catherine Triomphe
AFP

Os Estados Unidos alcançaram um novo e triste recorde, com mais de 100 mil pessoas hospitalizadas com Covid-19. É a primeira vez que esse teto é superado no país mais afetado pela pandemia, com mais de 273 mil dos quase 1,5 milhão de óbitos registrados no mundo.

O país também registrou mais de 2.700 novas mortes por Covid-19 na quarta-feira (2). O recorde foi batido em 1 de dezembro, com 2.804 mortes, de acordo com a Universidade Johns Hopkins (EUA), que monitora dados da pandemia. Além disso, somam-se 195.121 novos casos de contágio nas últimas 24 horas.

Do outro lado do Atlântico, a Itália registrou 993 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, número que superou o recorde anterior de 969 mortes em 27 de março, segundo anúncio oficial do governo.

O país também viu um aumento de casos positivos de Covid-19 —foram 23.200, 2.5000 a mais do que no dia anterior. A região de Lombardia, no norte, é a mais afetada.

Um decreto que restringe as viagens durante as festas de fim de ano foi sancionado na Itália. De 21 de dezembro a 6 de janeiro de 2021, será proibido ir de uma região para outra, salvo por motivos de saúde ou trabalho.

A crise do coronavírus será, a partir desta quinta-feira (3), o centro de uma reunião especial da ONU da qual líderes como o francês Emmanuel Macron, a alemã Angela Merkel, o britânico Boris Johnson e o indiano Narendra Modi participarão virtualmente.

Outros presidentes, como o americano Donald Trump, o chinês Xi Jinping, o russo Vladimir Putin e o brasileiro Jair Bolsonaro, decidiram não participar.

As notícias de recordes e altas de casos vêm ao mesmo tempo em que o mundo experimenta avanços no campo médico e espera que as campanhas de vacinação comecem já na semana que vem no Reino Unido e na Rússia.

O governo britânico se tornou, na quarta-feira (2), o primeiro no mundo a aprovar o uso em massa de uma vacina com testes concluídos e taxa de eficácia divulgada. Trata-se da vacina da Pfizer/BioNTech, que estará disponível na próxima semana na nação europeia mais afetada pela pandemia, com quase 60 mil mortes.

Corrida da vacina

Poucas horas depois do anúncio britânico, Putin pediu que comecem, no final da próxima semana, imunizações em larga escala contra o coronavírus.

Desenvolvida pelo centro de pesquisas Gamaleia de Moscou, a vacina Sputnik V está na terceira e última fase de testes clínicos, com 40 mil voluntários. Seus criadores afirmam que é 95% eficaz, assim como a da Pfizer/BioNTech.

Nos Estados Unidos, a agência reguladora do setor de alimentos e remédios (FDA, na sigla em inglês) já recebeu pedidos de autorização para as vacinas Pfizer/BioNTech e da Moderna. Em caso de sinal verde, ambas poderão estar disponíveis em dezembro.

Com essas duas vacinas, o governo Trump prevê inocular 100 milhões de pessoas até o final de fevereiro.

Embora se espere um salto nas infecções após a celebração do Dia de Ação de Graças na semana passada, as autoridades de saúde dos Estados Unidos recomendaram reduzir para dez dias a quarentena para pessoas que tiveram contato com um caso positivo de coronavírus.

Ontem, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) informou um aumento de 30% nos casos de Covid-19 no continente americano em um mês, ao comparar os números de novembro com os de outubro.

A agência também pediu uma melhora no atendimento aos afroamericanos, afetados "de forma desproporcional" pela pandemia e que representam um quinto da população total das Américas.

América Latina e Caribe continua a ser a região do mundo com mais mortes por Covid-19, com mais de 452 mil óbitos registrados.

Na Argentina, a Pfizer apresentou na quarta-feira a documentação para que as autoridades sanitárias autorizem o uso de sua vacina contra a covid-19.

Já o Chile renovou pela quarta vez, nesta quinta-feira, por mais três meses, o "estado de exceção constitucional por catástrofe" devido à pandemia. Com isso, a ordem pública segue nas mãos dos militares até 13 de março de 2021, quando se completa um ano de toque de recolher noturno no país. A medida está sujeita à suspensão antecipada, em caso de melhora da situação.

Covid-19 na Europa

O ritmo das infecções está começando a diminuir na Europa, onde vários países aliviam as restrições.

Na França, onde o ex-presidente Valéry Giscard d'Estaing (1974-1981) morreu na quarta-feira de Covid-19 aos 94 anos, o primeiro-ministro Jean Castex apresentou a estratégia oficial sobre vacinas nesta quinta-feira.

Na véspera, o premiê francês já havia dito que foram encomendadas 100 milhões de doses.

Como símbolo do desconfinamento em curso na França, a Torre Eiffel será reaberta ao público em 16 de dezembro.

Já a Inglaterra saiu na quarta-feira de seu segundo confinamento para adotar, pelo menos até fevereiro, um sistema de alerta de três níveis, o qual impõe restrições locais.

Na República Tcheca, lojas, museus e restaurantes reabrem nesta quinta-feira.

País mais atingido no Oriente Médio, o Irã ultrapassou hoje a barreira de 1 milhão de casos confirmados.

A pandemia deixa quase 1,5 milhão de mortos e mais de 64,5 milhões de infectados em todo mundo, de acordo com balanço feito pela AFP com base em números oficiais.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.