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Brasil tem salto de 55% na média móvel de mortes por Covid e alcança maior valor desde 22 de agosto

País registrou 1.115 óbitos e 59.750 casos da doença neste sábado (9), mostra consórcio de imprensa

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São Paulo

Com o aumento das mortes desde o fim de 2020, o Brasil chegou, neste sábado (9), à maior média móvel de mortes por Covid-19 desde 22 de agosto do ano passado. O país registrou 1.115 óbitos e 59.750 casos da doença. Com isso, o total de mortes chegou a 202.657 e o de pessoas infectadas a 8.075.670, desde o começo da pandemia.

Em 22 de agosto, a média móvel de óbitos era de 997 e se encontrava estável. Neste momento, ela está em 988 e apontando crescimento da pandemia.

Especialistas vêm alertando que os números de mortes podem permanecer altos pelas próximas semanas, devido às viagens, encontros e festas que realizados durante o Natal e o Ano-Novo.

Os dados do país são fruto de colaboração inédita entre Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são coletadas diretamente com as Secretarias de Saúde estaduais.

Além dos dados diários, a Folha também mostra a chamada média móvel. O recurso estatístico busca dar uma visão melhor da evolução da doença, pois atenua números isolados que fujam do padrão. A média móvel é calculada somando o resultado dos últimos sete dias, dividindo por sete.

De acordo com os dados coletados até as 20h, a média de mortes nos últimos sete dias é de 988. O valor da média representa um aumento de 55% em relação ao dado de 14 dias atrás.

Todas as regiões do país apresentam crescimento na média móvel de mortes. Norte e Sudeste têm os maiores aumentos, 123% e 76%, respectivamente.

Amapá, Amazonas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, São Paulo, Sergipe e Tocantins apresentam aumento da média móvel de mortes, em relação a 14 dias atrás.

Acre, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Piauí e Santa Catarina estão em estabilidade, o que não significa uma situação tranquila.

Nenhum estado apresenta queda.

O Brasil tem uma taxa de 96,7 mortos por 100 mil habitantes. Os Estados Unidos, que têm o maior número absoluto de mortos (371.862), e o Reino Unido (81.000), ambos à frente do Brasil na pandemia (ou seja, começaram a sofrer com o problema antes), têm 113,8 e 121,9 mortos para cada 100 mil habitantes, respectivamente.

O Brasil havia ultrapassado a taxa da Itália de mortes por 100 mil habitantes (129,7), país com 78.394 óbitos pela doença. Contudo, com a segunda onda que assola a Europa, a Itália voltou a passar o Brasil.

O México, que ultrapassou o Reino Unido em número de mortos e já contabiliza 132.069 óbitos, tem 104,7 mortes para cada 100 mil habitantes.

Na América do Sul, chama a atenção também o número de mortos por 100 mil habitantes do Peru: 118,9. O país tem 38.049 óbitos pela Covid-19.

A Índia é o terceiro país, atrás apenas de EUA e Brasil, com maior número de mortes pela Covid-19, com 150.798 óbitos. Lá, devido ao tamanho da população, a taxa proporcional é de 11,1 óbitos por 100 mil habitantes.

Na Argentina, onde a pandemia desembarcou nove dias mais tarde que no Brasil e que seguiu uma quarentena rígida de início, o índice é de 99,5 mortes por 100 mil habitantes (44.273 óbitos).

​A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorre em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (sem partido), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.​​​​​​​​​​​​​

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