Descrição de chapéu Coronavírus

Medidas restritivas em estados vão de toque de recolher a veto a cirurgias, igrejas e venda de bebidas alcoólicas

Anúncios ocorrem após explosão de casos de internação e recorde de mortes provocadas pela Covid-19

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Curitiba , Ribeirão Preto, Recife, Rio de Janeiro e Belo Horizonte

O avanço da pandemia do novo coronavírus fez com que estados adotassem nos últimos dias medidas restritivas para tentar conter a Covid-19 que vão de toque de recolher à suspensão de cirurgias eletivas em hospitais, veto à celebração de missas e comercialização de bebidas alcoolicas.

Os anúncios ocorrem num momento em que há uma explosão de internações, fila de vaga por um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e após o país ultrapassar a marca de 250 mil mortes provocadas pela doença.

Em São Paulo, o toque de restrição entra em vigor na noite desta sexta (26) e valerá até 14 de março, com o objetivo de coibir aglomerações das 23h às 5h, com ação de Polícia Militar, Vigilância Sanitária e Procon para impedir aglomerações “de grande porte”.

Com o agravamento de casos, internações e mortes nos últimos dias, estados do Sul do país definiram medidas restritivas como a suspensão, até 7 de março, do sistema de cogestão no Rio Grande do Sul, que autorizava os municípios a adotarem medidas mais brandas sobre a pandemia.

O governador Eduardo Leite (PSDB) também suspendeu as atividades não essencias das 20h às 5h, até terça-feira (2). O serviço público não essencial passa a atuar com no máximo 25% de trabalhadores presencialmente. Restaurantes, lanchonetes e bares só poderão funcionar com 25% das equipes e apenas nos sistemas de entrega e pegue e leve. O comércio de rua continua aberto, mas centros comerciais e shoppings ficarão fechados.

Atividades de lazer, como zoológicos, teatros e museus, além de academias e igrejas, estão suspensas. Está permitida a circulação, mas não a permanência, em espaços abertos, como parques e praias. Bancos e lotéricas podem funcionar para atendimento individual e com metade dos funcionários. Os ônibus irão circular com 50% da capacidade.

Já no Paraná, novo decreto determina o fechamento de todos os serviços não essenciais entre sábado (27) e 8 de março. O toque de recolher, adotado ainda em dezembro, teve o horário estendido e passa a valer entre 20h e 5h, assim como no Rio Grande do Sul.

As aulas presenciais serão suspensas nas escolas públicas e privadas, assim como a realização de cirurgias eletivas (não emergenciais), que não poderão ser feitas nos próximos 30 dias.

O comércio pode atuar com entregas ou no sistema pegue e leve. Também foi proibida a venda e o consumo de bebidas alcoólicas em espaços públicos das 20h às 5h. Igrejas só podem funcionar para atendimento individual.

Em coletiva para anunciar as medidas, nesta sexta (26), o governo Ratinho Jr. (PSD) disse que a fiscalização vai ser reforçada.

“Serão dias turbulentos, mas as medidas servirão para salvar vidas. Não podemos ter um colapso na saúde [...]. Além disso, há muitos jovens sendo internados, o que antes não ocorria [...]. É um cenário gravíssimo”, disse.

Em Santa Catarina, medidas de restrição também foram anunciadas, como um lockdown, decretado nesta sexta e válido nos próximos dois finais de semana. Outras medidas, válidas por 15 dias, já haviam sido anunciadas pelo governador Carlos Moisés (PSL) na quinta.

Casas noturnas e de espetáculo foram fechadas e a comercialização e consumo de bebidas alcoólicas em postos de combustíveis está proibida entre 0h e 6h. No transporte coletivo, a ocupação foi limitada a 50%.
Parques, cinemas, teatros, museus e zoológicos podem funcionar com 25% da capacidade. Há também limites de ocupação e de horário em eventos sociais, bares, restaurantes, shoppings e academias.

No Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul terá toque de recolher até o dia 12. Nas cidades que estão classificadas com as bandeiras verde, amarela e laranja, a restrição ocorre das 23h até as 5h. Já os municípios com as bandeiras vermelha e cinza, ou seja, com maior risco de contágio, o horário é das 22h às 5h.

No Nordeste, o governo da Bahia e a Prefeitura de Salvador anunciaram restrição total de atividades não essenciais, desde às 17h desta sexta (26) até as 5h de segunda-feira (1).

Atividades sociais de qualquer natureza, sejam religiosas, esportivas, políticas ou culturais, estão proibidas em todo o estado no período.

As regras também englobam a proibição de comercialização de bebidas alcoólicas em bares, restaurantes, supermercados e lojas de conveniência.

Houve suspensão por dez dias de cirurgias eletivas nas redes pública e privada. A Bahia apresenta taxa de ocupação dos leitos de UTI para Covid-19 de 83%.

Em Pernambuco, que tem 90% dos 998 leitos de UTI para Covid-19 ocupados, as cirurgias eletivas nas redes pública e privada de 63 municípios também foram suspensas e só poderão ocorrer a partir do dia 12.

O governo anunciou nesta sexta novas medidas restritivas, válidas para todo o estado. A partir da noite deste sábado (27), até o dia 10, fica proibida qualquer atividade não essencial, entre 22h e 5h.

Nos próximos dois finais de semana, as atividades estarão proibidas entre 17h e 5h em 63 municípios onde os índices da pandemia são mais preocupantes.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), disse que medidas restritivas ainda mais duras podem ser tomadas se os números da doença no estado seguirem avançando.

No Rio Grande do Norte, portaria publicada nesta sexta suspende o atendimento presencial nos órgãos e entidades da administração pública estadual.

A governadora Fátima Bezerra (PT) disse que o retorno do atendimento ao público estará condicionado aos números da pandemia.

Desde a semana passada, um decreto recomenda aos municípios a suspensão do funcionamento de bares, restaurantes e similares após as 22h. Também estão proibidas festas ou eventos.

Além disso, o decreto, publicado no dia 19 e com validade de 14 dias, recomenda a instalação de barreiras sanitárias nas cidades turísticas.

rua de mão dupla sem nenhum carro, devido ao lockdown
Via Expressa, em Araraquara, no interior paulista, ficou vazia após a prefeitura decidir por lockdown - Divulgação/Prefeitura de Araraquara

No Ceará, o governador Camilo Santana (PT) anunciou toque de recolher das 20h às 5h, de segunda a sexta, e de 19h às 5h, aos sábados e domingos, entre este sábado e o dia 7 de março.

Em Alagoas, por sua vez, o governo ainda não anunciou novas medidas, mas municípios como Viçosa e Anadia determinaram fechamento de bares e restaurantes e toque de recolher. Os dois tiveram casos onde foi detectada infecção por uma variante do novo coronavírus.

“Vamos evitar medidas drásticas de fechamento da economia, mas iniciaremos um processo de alerta ao cidadão”, disse o governador Renan Filho (MDB) em redes sociais após encontro que teve com o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PSB), para discutir a pandemia.

Em outros estados, restrições são mais brandas, como no Rio, onde não há proibição nem restrição de horário a quase nenhuma atividade. O governador em exercício, Cláudio Castro (PSC), suspendeu apenas a permanência em praias, lagoas, rios e piscinas públicas, mas ainda assim a regra não vale para municípios que o permitam, como a capital.

O estado autoriza shows, festivais, boates, casamentos e outras festas, desde que com o uso de máscara, com ocupação máxima de 50% da capacidade e com pessoas consumindo sentadas, o que na prática não tem sido seguido. Rodas de samba inclusive podem ocorrer com 75% da capacidade.

O decreto estadual mais recente, de 21 de janeiro, cita até os megaeventos fechados ou abertos, com capacidade de público superior a 5.000 pessoas, dizendo que nesses casos deverá ser elaborado um protocolo específico, submetido à Secretaria de Saúde. Música ao vivo está liberada, mas pista de dança, não.

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