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Anvisa aprova remédio de artrite e dermatite para tratamento de Covid

Indicação vale para pacientes adultos hospitalizados com quadro grave da doença

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Brasília

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nesta sexta-feira (17) a indicação do medicamento baricitinibe para o tratamento de pacientes internados com Covid-19.

O medicamento já possuía registro no Brasil para o tratamento de artrite reumatoide e dermatite atópica moderada a grave. Agora o seu uso vai constar em bula também para o tratamento da doença causada pelo coronavírus.

Diversas camas com doentes são vistas de um ângulo alto
Pacientes internados em hospital de campanha em Santo André, na Grande São Paulo, em março de 2021 - Miguel Schincariol-26.mar.2021/AFP

A nova indicação vale para pacientes adultos hospitalizados com quadro grave de Covid, que necessitam de suporte de oxigênio por máscara, cateter nasal ou ventilação mecânica.

Para a inclusão dessa nova indicação, a empresa farmacêutica Eli Lilly do Brasil apresentou dados que sustentam a eficácia e a segurança do medicamento para esse outro uso.

Gustavo Mendes, gerente-geral de medicamentos da Anvisa, disse que a droga demonstrou 38% de eficácia na redução da mortalidade de pessoas hospitalizadas por causa da Covid-19. O baricitinibe é um inibidor de enzimas que atuam na resposta imunológica do organismo, reduzindo a inflamação.

De todos aprovados até o momento pela Anvisa para a Covid, esse é o primeiro medicamento que pode ser comercializado em farmácia. “Nessa indicação é esperado que se use em ambiente hospitalar, mas não vai ficar restrito porque já é comercializado”, explicou Mendes.

​Esse é o sexto tratamento contra a Covid aprovado pela agência reguladora do Brasil. O primeiro foi o Remdesivir, que obteve registro em março. O remédio é indicado para pessoas hospitalizadas com quadro de pneumonia e que precisam de suporte de oxigênio, desde que não estejam em ventilação mecânica.

O outro é o Regen-cov, o qual consiste em uma associação de anticorpos monoclonais, aprovado para uso emergencial. “O combo de medicamentos reduziu significativamente em 70,4% o número de hospitalização e morte em paciente laboratorial sintomático com um ou mais fator de risco para doença grave”, disse Mendes, na ocasião.

Em maio deste ano, a agência aprovou o uso emergencial de um coquetel desenvolvido pela empresa Eli Lilly. O tratamento é uma combinação dos medicamentos biológicos banlanivimabe e etesevimabe. Por precisar de acompanhamento na aplicação, não há possibilidade de venda em farmácias para uso em casa.

Já em agosto deste ano, foi a vez do medicamento regdanvimabe, da empresa Celltrion Healthcare. Ele é indicado para tratamento leve e moderado em adultos que não necessitam de suplementação do oxigênio, mas apresentam alto risco de progressão da Covid.

O quinto aprovado é o sotrovimabe. O medicamento é recomendado para pacientes com casos leves e moderados da doença, mas que apresentem risco de uma evolução ruim da doença.

A Anvisa também informou nesta sexta-feira (17) que solicitou a alteração da bula da vacina da Janssen, imunizante de dose única contra a Covid-19.

A mudança, que precisa ser feita em até 30 dias, visa incluir eventos adversos que foram identificados durante o monitoramento de farmacovigilância do uso da vacina.

O pedido inclui os seguintes eventos adversos: linfadenopatia, que significa o aumento do tamanho de linfonodos, como o aparecimento de caroços no pescoço; parestesia, sensação de dormência em alguma parte do corpo; hipoestesia, diminuição da sensibilidade da pele; tinido e zumbido no ouvido; diarreia e vômitos.

Erramos: o texto foi alterado

Versão anterior do texto dizia que baricitinibe é um medicamento que atua impedindo que o vírus se replique e propague nas células humanas, quando na verdade ele atua impedindo (reduzindo) a inflamação celular.

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