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Brasil completa 1 mês com média de mortes por Covid abaixo de 300

Pais registrou 326 óbitos e mais de 10 mil casos da doença, nesta terça

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São Paulo

Em 1º de novembro, o Brasil registrava, pela primeira vez desde abril de 2020, média móvel de mortes por Covid inferior a 300 vidas perdidas por dia. Trinta dias depois, agora em meio a uma nova variante que assusta o mundo, a marca permanece nessa faixa.

Nesta terça-feira (30), com as 326 mortes registradas, a média móvel de óbitos ficou em 231 vidas perdidas por dia, cenário de estabilidade (sem variações maiores do que 15%) em relação ao dado de duas semanas atrás.

Também foram registrados 10.161 casos. A média móvel de infecções, dessa forma, é de 8.923 por dia.

O país assim chega a 614.754 mortes e a 22.093.195 pessoas infectadas pelo Sars-CoV-2 desde o início da pandemia.

Os dados podem parecer positivos, mas há alguns pontos a se levar em consideração.

"Estamos comemorando ter saído de uma situação de queda de 15 aeronaves por dia para 1 por dia", diz Jamal Suleiman, especialistas do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, referindo-se aos números de mortes que o país já alcançou anteriormente. A média móvel chegou a ficar acima de 3.000 óbitos diários.

"Quando falamos de mais de 200 mortes por dia de uma doença imunoprevenível, passa a impressão de que algo está sob controle. Só que não", afirma o especialista.

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Sepultadores enterram vitima de Covid-19, no cemitério da Vila Formosa, em São Paulo - 29.abr.2021 - Lalo de Almeida/Folhapress

Segundo Suleiman, não é razoável que ainda haja esse tanto de pessoas morrendo por uma doença que pode ser prevenida por vacinas, no momento amplamente disponíveis no Brasil.

O especialista afirma que de cada 10 internações no Emílio Ribas por Covid grave, 8 são de pessoas que não se vacinaram.

Suleiman diz que é possível reduzir ainda mais os números relacionados à Covid no Brasil. ​

Enquanto isso, em outras nações, a situação é de crescimento de casos e da preocupação quanto à nova cepa do Sars-CoV-2, a ômicron, identificada inicialmente na África do Sul e classificada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como variante de preocupação.

A ômicron, abundante em mutações em sua proteína S (Spike), a chave para a invasão das células humanas, pode ser mais transmissível do que variantes anteriores, pode mais facilmente infectar pessoas que já tiveram Covid e também há preocupação quanto ao seu potencial de evasão de vacinas.

Todas essas questões, porém, permanecem como preocupações, considerando que as pesquisas estão em curso e há poucas respostas para o impacto da ômicron na pandemia. Em meio à falta de informações, países estão restringindo o ingresso de viajantes com origem em algumas nações.

Foram confirmados, nesta terça, dois casos da ômicron em território brasileiro.

Os dados do país, coletados até 20h, são fruto de colaboração entre Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são recolhidas pelo consórcio de veículos de imprensa diariamente com as Secretarias de Saúde estaduais.

Os dados da vacinação contra a Covid-19, também coletados pelo consórcio, foram atualizados em 23 estados e no Distrito Federal.​

O Brasil registrou 1.095.179 doses de vacinas contra Covid-19, nesta terça. De acordo com dados das secretarias estaduais de Saúde, foram 129.715 primeiras doses, 593.625 segundas doses. Além disso, foram registradas 637 doses únicas e 371.202 doses de reforço.

Ao todo, 158.968.799 pessoas receberam pelo menos a primeira dose de uma vacina contra a Covid no Brasil —129.208.455 delas já receberam a segunda dose do imunizante. Somadas as doses únicas da vacina da Janssen contra a Covid, já são 133.784.419 pessoas com as duas doses ou com uma dose da vacina da Janssen.

Assim, o país já tem 74,52% da população com a 1ª dose e 62,72% dos brasileiros com as duas doses ou com uma dose da vacina da Janssen. Considerando somente a população adulta, os valores são, respectivamente, de 98,07% e 82,54%​.

Mesmo quem recebeu as duas doses ou uma dose da vacina da Janssen deve manter cuidados básicos, como uso de máscara e distanciamento social, afirmam especialistas

A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorreu em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (sem partido), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​

Erramos: o texto foi alterado

Inicialmente, o consórcio apontou que que a média móvel de casos seria de 7.781 por dia, uma queda de 17%, em relação a duas semanas atrás. Esse valor significaria a menor média desde 8 de maio de 2020, quando ela era de 7.752 casos diários. Porém, houve um ajuste retroativo no registro de casos que alterou o valor da média, que na verdade foi de 8.923.

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