Descrição de chapéu Coronavírus

Paulistano se divide sobre usar máscara em lugar fechado em 1º dia de liberação

Constrangimento ou preocupação ainda fizeram parte das pessoas usar a proteção

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São Paulo

O primeiro dia após a flexibilização do uso de máscaras em ambientes fechados no estado de São Paulo teve uma maioria ainda tímida ou receosa de abrir mão da proteção em shoppings, faculdades, escritórios e comércio em geral na região da avenida Paulista, na capital.

Na tarde de quinta-feira (17), o governador João Doria (PSDB) anunciou que a máscara deixa de ser obrigatória no estado. Mas a regra determina as exceções, como hospitais, serviços de saúde e transporte público, incluindo as estações e os terminais.

Pessoas caminham com e sem máscara em corredor de shopping
Movimento do público no shopping Tucuruvi, em São Paulo, horas após o fim da obrigatoriedade do uso de máscara em local fechado - Rubens Cavallari - 17.mar.2022/Folhapress

Em um dos shoppings da Paulista, a reportagem anotou a passagem de 183 pessoas por uma escada rolante entre o primeiro andar e o térreo, durante dez minutos, no horário do almoço. Foram 128 (70%) com máscara e 55 (30%) sem a proteção.

Em um grupo de três colegas de trabalho que passeavam pelo centro de compras, cada uma tinha uma postura em relação ao acessório. "Estou vendo muita gente usando máscara ainda, por isso continuo", afirmou a auxiliar administrativo Fernanda Muniz, 21.

Do mesmo escritório que Fernanda, Isabela Santos, 20, estava mais à vontade, sem nada em frente ao rosto. "Tomei três doses da vacina e é isso. Agora, para pegar metrô, vou usar para o resto da minha vida, mesmo que não seja obrigatório", explicou. "No escritório, por educação, coloco para conversar com pessoas que estão usando", completou.

Outra do grupo, Caroline Almeida, 22, tinha a máscara abaixada, somente sobre a boca, com o nariz de fora. "Eu estou tirando de um jeito meio gradual ainda", afirmou.

Em uma universidade na avenida Angélica, o uso da máscara foi quase uma unanimidade durante as aulas presenciais. "Apenas duas colegas nossas se sentiram confortáveis para tirar por enquanto. Está todo mundo meio inseguro ainda", disse a estudante de psicologia Bruna Ferreira, 19, de uma sala com 70 alunos.

"Todo mundo usou. Não só na sala, mas em qualquer fechado", afirmou Ricardo Dias, 21, aluno do curso de design gráfico. "Parece que o pessoal pegou o costume também. Não fica sem em lugar fechado", disse Gilmar Lopes Borges, 24, estudante de publicidade e propaganda.

No Conjunto Nacional, na avenida Paulista, que é um ambiente fechado, mas com grandes aberturas laterais, parte das pessoas se sentiu mais à vontade.

Quatro pessoas que trabalham no mesmo escritório de advocacia passeavam no horário do almoço e se dividiam sobre o tema, embora ressaltassem o fato de que pandemia não acabou. "Estou mais aliviado, mas, em ambiente com muita gente, acho que é necessário ainda", afirmou o auxiliar administrativo Francinaldo Pereira de Góes, 44.

Do mesmo grupo, a gerente administrativa Elaine Xavier, 59, também disse sentir um alívio, mas não abriu mão da máscara nesta sexta. "É um sinal de que as coisas estão melhorando. Ainda estou me habituando a ficar sem. Tem o alívio de que, se começar a incomodar, você consegue tirar", disse.

Em um prédio comercial, duas colegas de serviço já se mostravam mais à vontade. "Trabalhamos em um ambiente com dez pessoas no andar inteiro", afirma a advogada, Eduarda Cristina Firmino da Silva, 29, que estava sem máscara. "Está meio a meio. Metade com, outra metade sem", contou.

"É bem tranquilo, porque continua a ter um distanciamento", disse Natasha Kazam, 23, bacharel em direito.

Em agências bancárias da região, era predominante o uso de máscaras, mesmo na área mais próxima à rua, onde ficam os caixas eletrônicos. Segundo os orientadores, foi difícil encontrar ao longo da manhã e início da tarde alguém sem o acessório.

No transporte público, onde o uso segue obrigatório, o cenário é ainda de mais receio e respeito às regras. Antes do horário do almoço, em uma rápida viagem pela linha 2-verde do Metrô, não foram encontrados passageiros sem máscara.

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