Descrição de chapéu Coronavírus

Saúde descarta caso de deltacron no Amapá e investiga infecção no Pará

Pessoa estava com as variantes delta e ômicron, e não com uma cepa recombinante

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Brasília

Após sequenciamento genômico realizado pela Fiocruz, foi constatado nesta sexta-feira (18) que o caso em investigação no Amapá não se trata de uma infecção por deltacron.

Na verdade, a pessoa estava infectada por dois vírus, com as variantes delta e ômicron, e não com uma variante recombinante, como a deltacron.

Já o caso do Pará segue em investigação. A informação foi confirmada por membros do Ministério da Saúde que acompanham o tema.

Profissional da saúde faz exame para detectar Covid, em Brasília - Adriano Machado - 16.fev.2022/Reuters

"Após análise do Laboratório de Referência da Fiocruz, o caso notificado pelo estado do Amapá foi descartado para a recombinação de variantes denominada deltacron", disse a assessoria de comunicação, em nota.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse na terça-feira (15) que havia dois casos de deltacron no país. Horas depois, afirmou que estavam em investigação.

"Pessoal, esclarecendo: os dois casos de Deltacron que citei mais cedo ainda estão em investigação e foram notificados ao @minsaude pelos Estados. O sequenciamento total do vírus deve ser finalizado nos próximos dias pelo laboratório de referência nacional da Fiocruz", disse em postagem nas redes sociais.

Segundo dados da rede Cievs (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde), que reúne o sistema de vigilância do país, o caso do Amapá é de uma pessoa do sexo masculino de 34 anos, residente de Santana. Ele possui esquema vacinal completo.

Já o caso do Pará é de uma mulher de 26 anos, residente de Afuá. Ela também possui esquema vacinal completo.

O vírus recombinante vem circulando desde janeiro em diversas regiões da França e há detecções de genomas semelhantes na Dinamarca e nos Países Baixos. Tal evento não é, pelo menos até o momento, motivo de preocupação.

Em uma postagem no Twitter, no dia 8 de março, Maria Van Kerkhove, epidemiologista e líder técnica da OMS (Organização Mundial da Saúde) para Covid-19, afirmou que esse tipo de recombinação é esperado com a intensa circulação das variantes ômicron e delta e que a equipe da OMS está acompanhando e discutindo o assunto.

No fim de fevereiro, o tema já tinha sido discutido por especialistas em uma sessão de perguntas e respostas da OMS. Na ocasião, Kerkhove tranquilizou as pessoas quanto aos eventos de recombinação e explicou que esse processo é basicamente uma junção de "pedaços" de uma variante com "pedaços" de outra.

"Não quero assustar as pessoas com a ideia de recombinação", afirmou Kerkhove, em 22 de fevereiro. "Talvez comecemos a ver recombinações. Isso pode acontecer, mas pode ser um reflexo de uma melhor vigilância."

O ministro da Saúde aproveitou para falar que não há motivos para preocupação.

"De qualquer forma, não há motivos para preocupação. A OMS classificou a Deltacron apenas como variante para monitoramento (Vum) e não a considerou como variante de interesse ou preocupação, como foi o caso da Ômicron e da Delta, por exemplo",disse nas redes sociais.

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