A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), enviou nesta terça-feira (30) um ofício ao Ministério da Saúde (MS) solicitando a distribuição de doses da vacina contra a dengue à capital paulista. A cidade registra alta nos casos da doença, mas ficou de fora da lista de municípios prioritários para o início da vacinação, prevista para fevereiro.
O imunizante será disponibilizado, num primeiro momento, a cerca de 500 municípios com alta transmissão da doença e incidência do tipo 2 do vírus. O público-alvo da campanha serão crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária com maior número de hospitalizações.
"A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), encaminhou hoje (30) um Ofício ao Ministério da Saúde (MS) reforçando a necessidade de receber as doses da vacina contra a dengue para proteger a população. A SMS aguarda o recebimento destas doses e a rede municipal de saúde permanece preparada para a vacinação, assim que for contemplada pelo MS", disse a prefeitura em nota.
O Ministério da Saúde foi procurado pela reportagem, mas não confirmou se recebeu o ofício do secretário até a publicação desta reportagem..
Como mostrou a Folha, a cidade de São Paulo atingiu recorde histórico nos casos de dengue no início de 2024, com 1.792 ocorrências confirmadas nas três primeiras semanas do ano. O recorde anterior ocorreu em 2016, quando foram registrados 1.252 casos da doença no mesmo período.
Em São Paulo, os 11 municípios da região do Alto Tietê foram os únicos incluídos entre as prioridades, entre eles as cidades de Guarulhos, Mogi das Cruzes e Itaquaquecetuba. Em todo o estado, ao menos sete pessoas morreram por dengue desde o início do ano.
Segundo o Ministério da Saúde, ainda não há data para que as doses sejam distribuídas –antes disso, a bula do imunizante precisa ser traduzida para o português pelo fabricante, o laboratório farmacêutico Takeda.
A previsão do governo brasileiro é vacinar cerca de 3,2 milhões de pessoas em 2024. O esquema vacinal será composto por duas doses, que serão aplicadas em um intervalo de três meses.
O Brasil será o primeiro país do mundo a ofertar o imunizante no sistema público de saúde.
Segundo o Ministério da Saúde, o sorotipo 2 ultrapassou o sorotipo 1 em sete estados e no Distrito Federal. A situação preocupa gestores pela característica desse sorotipo de causar mais epidemias e causas graves da doença.
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