Por telefone, técnico Mário Sérgio perde o emprego na Portuguesa
Em 42 dias, dez jogos pelo Paulista e uma arrancada da 19ª para a quarta colocação. A positiva campanha da Portuguesa no Estadual sob o comando do técnico Mário Sérgio não foi suficiente, porém, para superar a frustração da diretoria do clube com a saída precoce da Copa do Brasil.
A eliminação em casa, após o segundo empate por 1 a 1 com o Icasa, na quarta-feira, pôs fim à curta era Mario Sérgio no Canindé. Na quinta-feira, ele recebeu, por telefone, a notícia da demissão.
Como tinha contrato assinado até dezembro, terá direito à rescisão, mas o valor não foi divulgado pelo clube.
À tarde, o preparador físico Flávio Trevisan já comandava o treino da equipe --atualmente em sexto no Estadual--, que volta a jogar no domingo, contra a Ponte Preta, no Canindé.
O agora ex-técnico da Lusa nem sequer apareceu no clube, despedindo-se do cargo da mesma forma discreta que atuou na Copa do Brasil.
O novo treinador da Portuguesa, o terceiro neste ano, deve ser apresentado, de acordo com o presidente Manuel da Lupa, até a próxima terça-feira para, já no dia seguinte, dirigir o time contra o Guaratinguetá.
"Temos dois nomes em negociação, mas ainda é cedo para falarmos deles", despistou o dirigente, que acompanhou o trabalho do treinador interino.
Trevisan, que chegou ao clube levado por Mário Sérgio, disse que, em solidariedade ao colega com quem atuou pela primeira vez em 97, estava pronto para sair quando recebeu o convite da diretoria para ficar.
"O Luiz Iauca [supervisor de futebol] conversou com o Mário sobre a minha permanência e ele foi compreensivo, não se opôs", contou o preparador.
"Mas assumir o time realmente foi uma surpresa grande para mim. Quero, inclusive, deixar muito claro que não tenho a menor intenção de seguir carreira de treinador. O que aconteceu se deve apenas à situação de emergência do momento", esclareceu Trevisan.
Entre os jogadores que recebiam ordens dele no gramado estava o meia Fellype Gabriel, desafeto de Mário Sérgio na equipe. O atleta estava sem treinar com o grupo desde segunda-feira, quando, em conversa com diretores e com o próprio treinador, pediu para ser afastado por não concordar com as escolhas que estavam sendo feitas para a equipe.
A partir de então, ficou realizando trabalho em separado com o auxiliar de preparação física, René Carlos. "Pedi desculpas ao grupo, mas eu tive que me afastar porque estava me sentindo muito mal em ter que conviver com ele [Mário Sérgio]", disse Fellype Gabriel.
No retorno ao trabalho em equipe, o ex-flamenguista corroborou as palavras do supervisor Luiz Iauca, afirmando que o grupo, mesmo abatido pela eliminação da Copa do Brasil, está ciente de que agora tem como obrigação ficar entre os quatro melhores times do Paulista.
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