Massacre de Munique tem documentário premiado e versão de Spielberg
A história do atentado contra a delegação israelense nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, chegou aos cinemas.
O "Massacre de Munique", como o ataque ficou conhecido, é reconstituído em detalhes no documentário "Munique, 1972 - Um Dia em Setembro" (1999), de Kevin MacDonald.
Premiada como Oscar, a produção aborda, entre outras coisas, a falta de cuidado com a segurança nos Jogos, algo quase proposital, para desvincular a imagem da nova Alemanha da nação da Segunda Guerra, dominada pelo nazismo.
Em 1972, apenas 2.000 seguranças desarmados circulavam pela Vila. Nos Jogos de Londres, em 2012, 17.500 militares do Exército britânico cuidavam da segurança da Olimpíada.
O documentário de MacDonald explora o despreparo da polícia alemã para lidar com o ataque terrorista e as sucessivas falhas em montar um plano de ação. Mas a principal virtude de "Um Dia em Setembro" é conseguir uma entrevista com o único terrorista ainda vivo do grupo palestino, Jamal Al-Gashey.
Após o "Massacre de Munique" a resposta israelense foi imediata. Com anuência da primeira-ministra Golda Meir, foi desencadeada a operação Cólera de Deus.
Grupos de extermínio com integrantes do Mossad, a polícia secreta israelense, foram criados para perseguir terroristas palestinos ligados ao Setembro Negro. O número de mortos não é preciso, mas se especula que entre 20 e 35 pessoas foram assassinadas.
Essa operação rendeu outro filme, desta vez, de ficção: "Munique" (2005), de Steven Spielberg, indicado a cinco Oscars, incluindo melhor filme. Inspirado no livro "A Hora da Vingança", de George Jonas, o longa mostra um grupo de cinco homens, liderados por Eric Bana, que caça terroristas que tenham participado ou planejado o atentado aos Jogos. Mistura de drama e suspense com excelente reconstituição de época, o longa também recupera, em flashback e fragmentado, o atentado terrorista nos Jogos e seu trágico desfecho.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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