Vaivém de liminares bagunça o início da Série B do Brasileiro
A Série B do Brasileiro começa hoje, com 20 clubes. Mas há grandes chances de que não termine assim.
Até o fechamento desta edição, a Portuguesa havia decidido não estrear no torneio hoje, às 19h30, contra o Joinville-SC, fora de casa.
A juíza Adaisa Bernardi Isaac Halpern, do Foro Regional da Penha, em São Paulo, acatou ontem a ação movida pelo torcedor Renato de Britto Azevedo, contra a CBF.
A juíza determinou, por meio de liminar, a recondução da Portuguesa à Série A do Campeonato Brasileiro, com a devolução dos quatro pontos tirados do clube pela escalação irregular do meia Héverton, na última rodada do Brasileiro do ano passado, diante do Grêmio.
"A ação não é nossa, mas não podemos desobedecê-la. O clube tem de acatar a decisão da Justiça quando ela é favorável e quando não é, também", disse à Folha Orlando Cordeiro, vice-presidente jurídico da Lusa.
"Já comunicamos a CBF de que iremos cumprir", diz Cordeiro. O time já estava em Santa Catarina para a partida contra o Joinville. "Neste momento, estamos na Série A", afirma Orlando.
Já o time cearense Icasa vive situação inversa à dos paulistas. A Justiça acatou pedido da CBF e cassou, na noite de anteontem, a liminar que havia conduzido o clube cearense à Série A deste ano.
O Icasa pleiteia na Justiça uma vaga na primeira divisão devido a uma irregularidade envolvendo o Figueirense.
O clube de Santa Catarina escalou irregularmente o jogador Luan, na segunda rodada da Série B de 2013 -o mesmo que fez a Portuguesa com Héverton. Mas o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) não puniu os catarinenses.
"Nossa ação não é contra o Figueirense, mas a favor do nosso acesso à Série A", afirma Carlos Eduardo Guerra, advogado do Icasa na ação.
O Icasa entende que o time catarinense deveria ter sido punido com a perda de seis pontos.
Como não houve punição, o Figueirense, quarto colocado da Série B de 2013, foi promovido à elite. O Icasa terminou em quinto, com apenas um ponto a menos que o Figueirense.
"Nós vamos recorrer dessa decisão. Mas, se não a conseguirmos, vamos querer uma indenização por perdas para permanecer na Série B", afirma Carlos Guerra.
O advogado do Icasa pede R$ 33 milhões na ação. O montante contempla a diferença entre as cotas de TV das séries A e B, uma possível patrocínio de camisa que poderia ser obtido se o Icasa jogasse a primeira divisão e as perdas com rendas de jogos contra os times da elite.
"Pegamos por base a renda contra o Palmeiras, na Série B do ano passado. Imagine quanto arrecadaríamos contra Flamengo e Corinthians?", diz Guerra.
Mesmo antes da cassação da liminar, o Icasa já havia decidido entrar em campo contra a Ponte Preta hoje.
"A delegação já estava em Campinas. Jogar a Série B não impede a ação de seguir e de podermos jogar a Série A ainda em 2014", afirma Guerra.
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