Suspeito de obter propina na eleição da Rio-16 renuncia a cargo no COI
Findlay Kember/AFP | ||
O namíbio Frankie Fredericks durante entrevista coletiva nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012 |
O ex-atleta namíbio Frankie Fredericks, cujo nome apareceu na imprensa francesa associado a suspeitas de corrupção, anunciou nesta terça-feira sua renúncia da presidência da Comissão de Avaliação dos Jogos Olímpicos de 2024.
"Renuncio ao meu posto de presidente da Comissão de Avaliação dos Jogos de 2024, já que é essencial que o trabalho importante feito por meus colegas seja considerado realizado de maneira justa e imparcial", declarou Fredericks em um comunicado transmitido à AFP.
"Paris e Los Angeles apresentam duas candidaturas fantásticas e não quero ser um elemento perturbador nesta grande competição", acrescentou Fredericks.
Membro do COI desde 2012, o ex-campeão mundial dos 200 metros e quatro vezes medalhista de prata em Jogos Olímpicos acrescenta que não participará da votação para a designação da cidade organizadora dos Jogos de 2024, que ocorrerá em setembro, em Lima, no Peru.
Na segunda-feira, a Associação Internacional das Federações de (IAAF) havia anunciado, por sua vez, que Fredericks havia sido substituído no seio do grupo de trabalho da instância sobre a reintegração do atletismo russo acusado de doping institucionalizado.
Em um artigo publicado no sábado, 4 de março, o jornal francês "Le Monde" afirmou que Fredericks recebeu um pagamento de 299.300 dólares (mais de R$ 900 mil) no dia da atribuição dos Jogos Olímpicos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) ao Rio, em 2 de outubro de 2009, em Copenhague, na Dinamarca.
O ex-velocista afirma que a entrega de dinheiro foi feita "em conformidade com um contrato fechado em 11 de março de 2007" por serviços realizados entre 2007 e 2011 e que o pagamento "não está relacionado aos Jogos Olímpicos".
Este pagamento era procedente da sociedade do filho do ex-presidente da IAAF Lamine Diack, Papa Massata Diack. Este último é acusado de ter recebido 1,5 milhão de dólares do empresário brasileiro Arthur Cesar de Menezes Soares Filho três dias antes da votação.
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