Na cadeia, Nuzman usa colchões que foram utilizados na Rio-2016
Luciano Belford - 5.out.2017/Agif/Folhapress | ||
Carlos Arthur Nuzman é preso por suspeita de comprar votos para Rio-2016 |
Desde quinta (5), Carlos Arthur Nuzman e Leonardo Gryner passam os dias numa das celas de 16 m² da Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte do Rio. O local tem três beliches, chuveiro de água fria, pia e vaso sanitário.
O presídio é o mesmo que abriga Sérgio Cabral, ex-governador do Rio.
Os dois dirigentes dividem cela com mais dois outros detentos. A cadeia recebe presos com nível superior ou detidos por falta de pagamento de pensão alimentícia.
O dirigente tem também direito a tomar banho de sol por duas horas.
Nuzman e Gryner foram presos na manhã desta quinta suspeitos de atuarem na compra de votos para a escolha da cidade para sediar os Jogos Olímpicos.
Eles ficarão detidos por pelo menos cinco dias. O Ministério Público poderá pedir a renovação da prisão temporária.
A cadeia pública ficou pronta em maio após uma reforma que beneficiou Cabral, que estava preso em Bangu 8. Antes, o local abrigava policiais do Rio acusados de crimes diversos e ganhou notoriedade por ter celas com mordomias.
Depois da reforma, o presídio foi equipado com colchões usados pelos atletas que disputaram os Jogos Olímpicos. Cada detento tem direito a uma tomada e poderá levar um ventilador.
As refeições são feitas dentro da cela. O cardápio conta com arroz ou macarrão, feijão, uma porção de proteína (carne, frango ou peixe), salada, fruta ou doce de sobremesa e refresco. O café da manhã tem café com leite e pão com manteiga, e o lanche, suco e bolo.
A nova unidade prisional é monitorada 24 horas por dia por meio de 53 câmeras instaladas dentro das galerias.
HABEAS CORPUS
Na noite desta sexta (6), a defesa de Nuzman protocolou no Tribunal Regional Federal da 2ª Região pedido de habeas corpus e de anulação da operação que levou à prisão do dirigente do COB.
Na petição, os advogados do cartola afirmam que as investigações permitiram a "participação abusiva de autoridades francesas" –que deram origem às suspeitas sobre Nuzman no Brasil e que houve divergências entre o Ministério Público e a PF na operação.
A defesa do dirigente diz ainda que ele nunca exerceu cargo público e que a suposta compra de votos para o Rio envolveria apenas entidades privadas", um episódio, segundo os advogados, "longevo, ocorrido há cerca de oito anos".
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