Descrição de chapéu Copa do Mundo

Alex Sandro é cortado da seleção, e Tite convoca lateral desconhecido

Ismaily, do Shakhtar Donetsk (Ucrânia), foi chamado para a vaga do jogador

 
Ismaily, do Shaktar Donetsk (Ucrânia), domina a bola em partida contra a Roma, da Itália
Ismaily, do Shaktar Donetsk (Ucrânia), domina a bola em partida contra a Roma, da Itália - Sergei Supinsky - 21.fev.2018/AFP
Fábio Aleixo Igor Gielow
Moscou

A seleção brasileira perdeu seu segundo lateral-esquerdo para a reserva de Marcelo nos amistosos que disputa contra a Rússia, na sexta (23), e contra a Alemanha no dia 27.

Alex Sandro, que havia substituído o lesionado Filipe Luís, sentiu dores na coxa direita após o treino da segunda e foi cortado. Ele não chegou a treinar nesta terça (20), em Moscou.

O técnico Tite chamou Ismaily, do Shakhtar Donetsk (Ucrânia) —desconhecido pela maioria dos torcedores. Com isso, o time ucraniano tem três jogadores na seleção, já que conta com Taison e Fred.

Será uma nota de rodapé geopolítica, já que a Ucrânia está com as relações abaladas com Russia, rival do Brasil, desde que o governo de Vladimir Putin reanexou a Crimeia, península que havia sido cedida a Kiev em 1954, há quatro anos.

Alex Sandro, jogador da Juventus (Itália), havia substituído o nome constante da vaga, Filipe Luís —que sofreu uma fratura na durante jogo entre o seu Atlético de Madri e o Lokomotiv Moscou, passou por cirurgia e ficará afastado dos campos por cerca de sete semanas.

Na usual entrevista coletiva pós-treino, o atacante Douglas Costa (Juventus) disse que está animado com a possibilidade de voltar à seleção após um longo período —só esteve relacionado em duas convocações, jogando como titular uma vez. 

Ele é candidato a substituir Neymar, o principal jogador do Brasil que está se recuperando de uma cirurgia no pé. “O Tite não me comunicou nada, isso é uma tarefa muito difícil. O importante é manter o trabalho que eu estou fazendo”, afirmou.

O lateral esquerdo Alex Sandro em ação pela Juventus, da Itália
O lateral esquerdo Alex Sandro em ação pela Juventus, da Itália - Miguel Medina - 17.mar.2018/AFP

Já o volante Casemiro, em ascensão pela boa fase no Real Madri (Espanha), foi perguntado sobre as variações especuladas para o meio-campo, com Philippe Coutinho (Barcelona, Espanha) ou Fernandinho (Manchester City, Inglaterra).

Ele foi diplomático e disse que a formação de meio-campo com Renato Augusto e Paulinho, usada majoritariamente durante a era Tite à frente da seleção, era aquela com a qual ele estava mais acostumado.

As lesões que desfalcam o time de Tite não devem, na opinião de Casemiro, assustar ou fazer com que os jogadores “tirem o pé” durante os amistosos. “Não podemos pensar em lesões”, disse.

Ele também afirmou que “não está dando oportunidade para ninguém” nos treinos e amistosos. Brincou com Douglas Costa, seu adversário nas quartas de final da Liga dos Campeões, ao dizer que não vai aliviar contra o colega. “Entro no meio. Sinto muito”, disse, rindo. 

Casemiro e Douglas Costa comentaram a conveniência do jogo contra a Rússia, que deverá ser disputado com temperaturas negativas (previsão entre 2 e -8 graus, e a partida ocorrerá à noite, quando é mais frio) e alguma possibilidade de neve. No treino desta terça, a temperatura estava mais agradável do que vinha sendo nos últimos dias em Moscou, na casa do zero grau.

“A grande maioria dos jogadores ´europeus´ está acostumada com o frio, não será um problema”, disse Casemiro. Ambos repetiram o discurso de que o time precisa sentir o ambiente em que a Copa será disputada —o jogo de sexta será no estádio Lujniki, palco da abertura e da final da Copa, onde o Brasil só jogará caso chegue à decisão do torneio.

'NÃO CONHEÇO', DIZ WILLIAN SOBRE CONVOCADO

“Não conheço não. Pessoalmente. É do Shakhtar”, respondeu laconicamente o meia-atacante Willian, da seleção brasileira, ao ser questionado sobre o novo colega de elenco, Ismaily (pronuncia-se Ismáily, ensinou o jogador).

Ele descia ao lobby do hotel no qual o time de Tite está hospedado, em Moscou. Deu alguns autógrafos e tirou selfies com garotos que circulavam pelo local.

“O Taison e o Fred jogam com ele, conhecem bem”, disse o jogador, meio sem graça, referindo-se aos companheiros de time de Ismaily no time ucraniano.

O Shakhtar equipara-se, com a convocação, ao Paris Saint-Germain (França) e ao Manchester City (Inglaterra) como maior fornecedor de atletas à seleção que pega a Rússia e a Alemanha nos dias 23 e 27, respectivamente.

O lateral de 28 anos tem uma carreira virtualmente anônima até esta terça (20). Surgiu no interior paulista, no Desportivo de Porto Feliz, e foi para times secundários em Portugal, como o Braga e o Olhanense. Desembarcou em 2013 como tantos outros brasileiros no Shaktar.

Time que experimentou sucesso moderado na Europa há alguns anos, o Shakhtar sofre com a situação na Ucrânia. Após um golpe derrubar o governo pró-Moscou em Kiev, em 2014, os russos ajudaram a Crimeia a separar do país —o quarto aniversário da reanexação foi celebrado domingo (18).

Na sequência, os russos étnicos da região do Donbass buscaram o mesmo, iniciando uma guerra civil com centro em Luhansk e Donetsk —casa do Shaktar.

As tensões permanecem altas entre Rússia e Ucrânia, que não permitiu que russos morando no país votassem no pleito que reelegeu Vladimir Putin no domingo.

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