Após vaivém sobre presença da torcida, final entre Vasco e Fluminense tem confusão

Taça Guanabara teve decisões conflitantes sobre entrada de torcedores; Vasco venceu por 1 a 0

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Confusão entre polícia e torcida do Vasco antes da final com o Fluminense, no Maracanã
Confusão entre polícia e torcida do Vasco antes da final com o Fluminense, no Maracanã - André Fabiano/Código19/Folhapress
 
Rio de Janeiro | UOL

A final da Taça Guanabara entre Vasco e Fluminense, neste domingo (17), viveu um vaivém em relação à presença de público no Maracanã. Após permissões e proibições à entrada de pessoas no estádio, o resultado foi um conflito nas ruas entre torcedores e polícia, o que deixou pessoas feridas no entorno.

A novela começou a ocorrer no fim da noite de sábado (16), quando a Justiça decidiu fechar os portões do Maracanã com receio de que uma disputa entre Vasco e Fluminense nos bastidores pudesse inflamar ainda mais os ânimos dos torcedores e gerar brigas nas imediações do estádio.

Com a bola rolando, o Vasco venceu por 1 a 0 e foi campeão.

Faltando duas horas para a partida, contudo, após uma reunião na Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro), o clube cruzmaltino assumiu o risco de pagar uma multa e bancou a realização do duelo com as torcidas presentes. O anúncio foi feito pela entidade que regula o futebol carioca.

Ao chegar ao estádio, porém, outra reviravolta: os torcedores encontraram os portões fechados. A justificativa foi uma decisão do Jecrim (Juizado Especial Criminal), dada poucos minutos antes do início do jogo, revogando a permissão anterior e proibindo a presença de torcedores dentro do Maracanã.

Assim que foi confirmado que os portões ficariam fechados, o conflito se instaurou. A polícia atirou bombas de efeito moral em direção a torcedores que se aglomeravam nos arredores do Maracanã —alguns tentaram invadir o estádio.

Imagens de emissoras de televisão mostraram diversos feridos. Vascaínos com ingressos na mão tentavam fugir do gás atirado pelos oficiais, enquanto algumas pessoas desmaiaram e foram atendidas no portão 10. Em resposta ao ato da polícia, alguns torcedores chegaram a atirar garrafas de vidro em direção aos policiais.

No fim do primeiro tempo, a última reviravolta. A entrada dos torcedores foi autorizada. As pessoas começaram a ocupar seus assentos no Maracanã quando o cronômetro já registrava os 30 minutos do primeiro tempo.

A bagunça na autorização da presença dos torcedores teve início nos bastidores.

Fluminense e Vasco passaram a semana discordando sobre a ocupação do setor sul do Maracanã. O tricolor não aceitou ficar sem essa parte do estádio para seus torcedores e acionou a Justiça, no sábado (16), para fazer valer o contrato que tinha em mãos, autorizando a ocupação do local pelos seus torcedores.

O Maracanã nega o descumprimento. "O documento firmado entre ambas as partes dispõe de forma clara, no anexo 5, que a torcida do clube poderá ser alocada em outros setores do Maracanã nos casos especificamente em que o Fluminense for visitante, como é o caso da final da Taça Guanabara", escreveram os representantes do estádio em nota oficial.

Entenda o caso

Em 1950, o Vasco foi campeão carioca e ganhou o direito de escolher o lado que sua torcida ficaria no Maracanã. A medida foi respeitada até 2013, quando o estádio passou por reformas e assinou novos contratos com os clubes.

Como Vasco e Botafogo jogam em São Januário e Nilton Santos, respectivamente, o consórcio, então, assinou um contrato com Flamengo e Fluminense. O clube rubro-negro se manteve no setor norte, enquanto o Fluminense ganhou a possibilidade de ocupar o setor sul.

Desde então, mesmo sob o comando de Eurico Miranda, o Vasco acatou a decisão e passou a ocupar o setor norte em jogos contra o Fluminense.

O problema é que o consórcio está sob nova direção e o novo presidente, Mauro Darzé, não demonstrou muito interesse em reforçar a parceria com o Fluminense e tomou partido do Vasco desta vez, decidindo ficar com o setor sul.

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