Goleada tem pior público da seleção no Brasil desde 2001

Seleção fez 7 a 0 no amistoso contra Honduras neste domingo (9), no Beira-Rio

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Porto Alegre

O clima no entorno no Beira-Rio, no domingo (9), não era o geralmente observado em jogos de seleção brasileira. Havia bandeiras e camisas verde-amarelas, nas pessoas e nos varais dos vendedores informais, mas a calmaria era tal que o motorista responsável pela condução da reportagem ao estádio teve a dúvida: "Tem jogo hoje?".

Apenas 16.521 torcedores acompanharam a vitória por 7 a 0 da equipe sobre Honduras, no último amistoso preparatório para a Copa América. O público inclui não pagantes e foi o pior de um jogo da seleção no país desde 2001.

Jogadores do Brasil comemoram um dos gols da goleada sobre Honduras no Beira-Rio vazio
Jogadores do Brasil comemoram um dos gols da goleada sobre Honduras no Beira-Rio vazio - Rahel Patrasso/Xinhua

O pior público no século foi depois de ser eliminado por Honduras na Copa América daquele ano, quando o time teve 14.746 pagantes no 5 a 0 contra o Panamá, na Arena da Baixada, em Curitiba.

O Brasil encontrou menos apoio do que o obtido por outras seleções rivais na Copa América. Ao fazer 5 a 1 na Nicarágua, na última sexta (7), a Argentina jogou com o Estádio del Bicentenario, em San Juan, atingindo a capacidade máxima de 25 mil lugares. O Uruguai bateu o Panamá por 3 a 0, também na sexta, no Centenario, em Montevidéu, diante de 45 mil espectadores.

"Minha expectativa era mais. Eu pensei que teria mais gente", admitiu Tite, com dificuldade para compreender a baixa adesão dos torcedores de Porto Alegre. "Não sei dizer o porquê. Se fosse um jogo da Copa América, valendo, talvez pudesse trazer um apelo maior", acrescentou.

Um dos motivos, certamente, foi a ausência de Neymar, cortado da equipe brasileira depois de sofrer uma lesão de ligamento no tornozelo direito. O preço dos ingressos também não era convidativo –de R$ 80 (arquibancada inferior sem cadeiras) a R$ 450 (cadeiras de camarote).

Assim, o ambiente no Beira-Rio não configurava propriamente o de um teste para a Copa América. Além das arquibancadas vazias, o time teve um adversário extremamente frágil, que ficou com um a menos ainda no primeiro tempo. Nesse cenário, a seleção fez o que dela se esperava no confronto, com uma boa apresentação coletiva.

Mais uma vez, porém, o amistoso não foi concluído sem feridas. Depois de perder Neymar por toda a Copa América na vitória sobre o Qatar, na quarta (5), Tite viu Arthur sofrer uma forte pancada no joelho direito. Foi a jogada que gerou a expulsão de Quioto e fez o ex-gremista ser substituído. Os médicos tranquilizaram o treinador após partida. Disseram que foi apenas uma pancada.

Àquela altura, o triunfo já estava bem encaminhado. Logo aos sete minutos, jogada muito bem trabalhada por Daniel Alves e Richarlison foi concluída em cabeceio de Gabriel Jesus –gol anulado e depois confirmado pelo árbitro de vídeo. Seis minutos depois, Thiago Silva desviou cobrança de escanteio de Philippe Coutinho, arrancando vibração efusiva de Tite.

O treinador não se comportou como se estivesse em um jogo amistoso fácil. Além de comemorar bastante os gols, o gaúcho reclamou muito com a arbitragem, especialmente quando os jogadores de Honduras cometeram faltas duras em sequência. Aquela cometida por Quioto, aos 29 minutos, deixou a possibilidade de goleada ainda mais escancarada.

Allan substituiu Arthur e deu passe para Richarlison sofrer pênalti. Philippe Coutinho, que acertaria duas bolas na trave ainda no primeiro tempo, fez a cobrança com precisão e levou o Brasil ao intervalo com vantagem de três gols.

Na etapa final, a goleada se estabeleceu em ritmo de treino. Tite fez várias substituições. Colocou em campo Fernandinho, Militão, Roberto Firmino, Everton e Miranda. Os gols foram se enfileirando: Jesus marcou de novo e David Neres, Firmino e Richarlison também fizeram os seus.

Se não serviu exatamente como teste, a seleção fez o que não tinha conseguido contra o Qatar, impondo-se sobre um adversário frágil. Ficou clara a ideia do treinador de pressionar a saída de bola do adversário.

A seleção estreia na Copa América na sexta-feira (14), em São Paulo, contra a Bolívia. Tite e seus comandados esperam encontrar um Morumbi bem mais cheio do que estava o Beira-Rio no domingo.

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