Após o presidente do Brasil Jair Bolsonaro manifestar que pretende ir ao Maracanã assistir a final da Copa América, entre Brasil e Peru, no próximo domingo (7), o Comitê Organizador Local (COL) da competição definiu como "normal" a vontade do político do PSL em comparecer às partidas da competição.
"No que diz respeito ao presidente, assim como outras autoridades e dirigentes, eles vão ao campo, isso é normal no pré-jogo, no intervalo, como aconteceu no caso do Mineirão", disse Thiago Januzzi, gerente-geral do Comitê Organizador Local da Copa América.
Sobre a decisão, a presença do presidente brasileiro é esperada pela organização. "A expectativa é que ele venha ao estádio, para, sim, acompanhar a partida”, continuou Januzzi.
O COL acrescentou que, até o momento, não existe nenhuma programação prevista para a final com o presidente do Brasil, como a entregar a taça, por exemplo.
"[Sobre] A presença dele aqui no gramado [do Maracanã] ainda não tem nada programado", disse Thiago Januzzi.
Nesta sexta, Bolsonaro afirmou entrar no campo do Maracanã e diz que levará o ministro da Justiça, Sergio Moro.
"Pretendo domingo não só ir assistir à final do Brasil com Peru. Bem como, se for possível, se a segurança permitir, irei com Sergio Moro junto ao gramado. O povo vai dizer se estamos certos ou não", afirmou.
Na Copa do Mundo de 2014, a então presidente Dilma Rousseff entregou troféus e medalhas na cerimônia após a final no Maracanã, entre Argentina e Alemanha. O mesmo ocorreu com Vladimir Putin na Rússia, em 2018.
Na semifinal, entre Brasil e Argentina, vencida pelo time da casa por 2 a 0, no Mineirão, em Belo Horizonte, Bolsonaro compareceu e deu até uma meia volta olímpica para cumprimentar o público, que se dividiu entre aplausos e algumas vaias.
Nesta quarta (3), a Argentina reclamou da presença de Bolsonaro no gramado da partida, por meio de carta enviada pela Associação de Futebol Argentino (AFA) à Conmebol.
“A imprudência da designação arbitral gerou inevitável ambiente antes do jogo, agravado pela presença do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, no estádio, que não passou sem ser percebida por jogadores, dirigentes e público em geral, já que foram evidentes suas manifestações políticas durante o desenvolvimento do jogo, não podendo deixar de mencionar que no intervalo deu uma verdadeira volta olímpica pelo estádio”, diz o texto.
A arbitragem foi justamente outro tema abordado na coletiva de imprensa de encerramento da Copa América, realizada nesta sexta-feira (5), no Maracanã, foi sobre as reclamações dos argentinos sobre o uso do árbitro em vídeo (VAR). A Argentina se sentiu prejudicada por dois pênaltis supostamente não marcados na derrota contra o Brasil.
Apesar das críticas, a Conmebol isentou o árbitro em vídeo de culpa nos episódios.
"O VAR é uma ferramenta à disposição do árbitro pra melhorar seu desempenho e dar mais justiça. Em um balanço geral, temos mais pontos positivos do que negativos. O VAR é uma ferramenta pra o árbitro, a decisão final é do árbitro", disse Hugo Figueredo, diretor de competições da Conmebol.
A organização ainda apresentou alguns números sobre o torneio no Brasil. Por exemplo, 800 mil pessoas estiveram presentes até agora na Copa América, e a expectativa é chegar a 900 mil com a decisão e a disputa pelo terceiro lugar, em São Paulo. A média de público chegou a 32 mil pessoas por partida.
Na final, ainda está programada uma cerimônia de encerramento com duração de 10 minutos, em conexão com a entrada dos jogadores em campo. Serão cerca de 400 pessoas no palco, mais 1.500 envolvidas com o show, que terá apresentação da brasileira Anitta e de Pedro Capó, de Porto Rico.
A seleção brasileira, que disputara a final no domingo, no Maracanã, tenta se blindar de polêmicas críticas aos jogadores e comissão técnica.
Nesta sexta-feira (5), o volante Casemiro se disse incomodado com as especulações sobre a possibilidade de Tite deixar a seleção brasileira ao fim da Copa América e disse não ter entendido as vaias de parte do público quando o nome do treinador foi anunciado, no Mineirão, antes do confronto semifinal com a Argentina.
“Tem que ter um mínimo de respeito. Os números falam por si. Um treinador que está há três anos no cargo e tem mais de 80% de vitórias merece um pouco de respeito. É um cara vitorioso, com títulos internacionais, títulos nacionais. Isso é o futebol. Cada um tem sua cabeça e pode falar o que quer, mas, como falei, ele é um cara vitorioso e merece um mínimo de respeito”, afirmou.
O volante colocou o comandante como grande responsável pela campanha que levou o Brasil à final, com vitória por 2 a 0 sobre a Argentina após as vaias –misturadas a aplausos. Não só pela parte tática da equipe mas pelo cuidado que o técnico vem tendo para que a equipe seja emocionalmente equilibrada.
“Ele fala para não entrar em catimba. É um cara que fica na sua cabeça: ‘Mentalmente forte, mentalmente forte, não se desestabiliza, não se desestabiliza’. Em todos os jogos, todos os treinos, está ele lá: ‘Mentalmente forte’. O grande êxito dele está sendo esse, não nos deixar cair em catimba”, disse Casemiro.
Sem o prestígio que tinha até o fracasso na última Copa do Mundo, o treinador sabe que uma derrota em casa aumentaria bastante a pressão em torno de seu trabalho –apesar de mais uma manifestação da CBF de que seu emprego está assegurado até 2022.
Colaborou Marcos Guedes, de Teresópolis (RJ)
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