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Mundial de Clubes 2019

Flamenguistas ainda esperam por um título neste ano

Clube precisa acolher as famílias que perderam seus filhos no incêndio do Ninho do Urubu

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São Paulo

Convenhamos, não é fácil jogar de igual para igual contra o tão falado melhor time do mundo. O Flamengo caiu em pé, e a partida feita pelo rubro-negro é para encher de orgulho mesmo seus mais de 40 milhões de torcedores espalhados pelo Brasil e o mundo. O time brasileiro não jogou por uma bola vadia, não abdicou do ataque e nem passou os 120 minutos se defendendo da artilharia inglesa –inglesa?

Meu amigo flamenguista, se você estiver com uma mistura de sentimentos entre a tristeza e satisfação por onde chegamos e o que fizemos, saiba que não é só você. Não é preciso transparecer orgulho desmedido, nem a dor da derrota. Eu, por exemplo, tenho a mistura dos dois, a qual não sei que nome dar.

No Rio de Janeiro, torcedor do Flamengo reage a lance da final do Mundial
No Rio de Janeiro, torcedor do Flamengo reage a lance da final do Mundial - Daniel Ramalho/AFP

Muito mais clara, porém, é a certeza que se algum time sul-americano, qualquer um, que queira ir além do que o Flamengo fez neste ano, só há um caminho, o mesmo que o rubro-negro vem trilhando desde o início da gestão Bandeira de Melo. Sanar as dívidas, implantar uma gestão séria e profissional, estudar as contratações para trazer os jogadores certos para o elenco e investir e valorizar a base. O modelo vem dando certo.

Claro que não apenas o Flamengo tem condições de fazer isso no Brasil. Apesar de ser o clube com o maior ativo da América do Sul, seus milhões de torcedores, outros grandes brasileiros podem e devem fazer, se não o mesmo, algo parecido.

O próximo passo, esperamos os flamenguistas, será manter Jorge Jesus e Gabigol na Gávea, continuar acertando nas contratações e traçar um plano sério e factível de internacionalização do Flamengo.

Para quem, como eu, acha que os clubes brasileiros merecem mais do que entrar numa final de campeonato mundial, seja onde e em que formato for, como franco azarão é um caminho possível.

Disso tudo, uma frase martela minha cabeça. Investir e valorizar a base. Dos que entraram em campo neste sábado, apenas Lincoln é cria da Gávea. Craque o Flamengo faz em casa, certo? Também. Mas esse não é o ponto.

Insisto no “valorizar a base” porque se não levamos o mundial, ainda temos um título que o presidente rubro-negro pode dar à Nação. Reportagem do UOL, publicada na última semana, mostra como após dez meses do incêndio no Ninho do Urubu, o Flamengo ainda não chegou a um acordo com todas as famílias. Mais do que isso, a reportagem deixa clara a falta de acolhimento de mães e pais que perderam seus filhos no começo do ano quando estavam sob a tutela do clube.

Presidente Rodolfo Landim, passou da hora, faça de uma vez o que é certo. Acolha essas famílias, pague o que deve ser pago, e deixe claro que o Flamengo valoriza seus jogadores. Ainda há tempo para dar esse título à Nação. Nós, rubro-negros, acreditamos.

Emilio Sant'Anna é repórter de Cotidiano e flamenguista

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