Descrição de chapéu Mundial de Clubes 2019

Mundial de Clubes ajuda Liverpool em plano de expansão para Ásia

Título sobre o Flamengo vale mais por visibilidade no continente que por prêmio

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Doha

Ao ouvir que o Liverpool poderia não levar tão a sério a final do Mundial de Clubes quanto o Flamengo, Hassan Al Thawadi, secretário-geral do Comitê Supremo para Entrega e Legado, o órgão que concentra todas as obras para a Copa do Mundo de 2022 no Qatar, esboçou um sorriso.

“Além da questão esportiva, você realmente acha que eles vão perder oportunidade em um mercado como este?”, disse, avisando em seguida que torceria pelo time inglês.

O “mercado como este” é a Ásia e o Oriente Médio, que desde o início do século atrai a atenção de clubes da Premier League, seguidos por gigantes do continente como Real Madrid, Barcelona e Juventus.

Jogador com taça na mão desce de avião em escada
O meio-campista Henderson chega a Liverpool com a taça do Mundial de Clubes - Carl Recine/Action Images/Reuters

A vitória por 1 a 0 sobre o Flamengo foi transmitida ao vivo para toda a Ásia. Não bastassem os valores futebolísticos, Mohamed Salah é ídolo no Oriente Médio e a principal razão para o estádio ter recebido 45 mil pessoas na final. 

O Liverpool também fechou na semana passada a contratação do meia japonês Takumi Minamino, 24, que estava no RB Leipzig (ALE) e pode ser um dos principais nomes do futebol asiático no futuro.

“Se você está aqui [no Mundial de Clubes] tem de mostrar para todo o mundo o que pode fazer em campo, e foi isso o que os meus jogadores fizeram”, disse o técnico Jürgen Klopp. Foi a primeira vez que o time conquistou o título.

O Oriente Médio tem se transformado em um destino de torneios e jogos de futebol por causa do dinheiro oferecido pelas famílias reais. Além da Copa do Mundo, o Mundial de Clubes de 2020, o último antes da mudança para o formato com 24 clubes, será em Doha mais uma vez. 

Neste domingo (22), Juventus e Lazio decidiram a Supercopa da Itália em Riad, na Arábia Saudita (vitória da Lazio por 3 a 1). O troféu já foi disputado no Qatar e na China. O contrato da Série A com o governo saudita para a disputa dos jogos é de R$ 100 milhões.

“Nós viemos aqui para fazer um trabalho. Ganhar é sempre importante porque é isso o que o torcedor espera. Mas para o clube também vale muito na busca de patrocinadores e para mostrar a força do Liverpool na região”, disse o lateral Andrew Robertson.

Ser visto como vencedor em um mercado prioritário é mais fundamental para o time do que o prêmio em dinheiro. Pela conquista, o Liverpool receberá cerca de R$ 23 milhões. Cada partida na Champions League, sem contar bônus por classificações e dinheiro de TV, vale R$ 4,5 milhões.

Por causa da visibilidade, o agora campeão mundial pretende fazer um amistoso na China na pré-temporada, em julho ou agosto de 2020, apesar da oposição de Klopp, que gostaria de realizar nos Estados Unidos todo o período de testes antes do início de uma nova Premier League.

O Oriente Médio também continua no radar. Relatório da Brand Finance aponta que marcas ligadas à região representam cerca de 30% dos patrocínios nas camisas dos 50 principais clubes do mundo.

A estimativa da Premier League é que os países da Ásia, que incluem integrantes do que é considerado Oriente Médio (entre eles o Qatar), representam 33% de toda a audiência do torneio no planeta. Apenas na China, 2,1 bilhões de pessoas seguem o Campeonato Inglês pela televisão.

Os clubes britânicos, Liverpool entre eles, têm espalhado embaixadas de torcedores e lojas de produtos oficiais pela região para capitalizar.

“As vitórias atraem a atenção sobre nós, o que representa cobranças, mas também aumenta o número de pessoas que nos acompanham”, definiu Klopp no ano passado.

Vencer em campo é um caminho para ter mais fãs (que os dirigentes veem como consumidores e arrecadar mais). E o Liverpool deseja se aproximar do topo da pirâmide também na parte financeira.

Nas contas encerradas em maio do ano passado, o clube de Anfield foi o terceiro que mais arrecadou na temporada 2017/2018. Conseguiu cerca de R$ 2,3 bilhões. Ficou atrás do Manchester City (R$ 2,6 bilhões) e do Manchester United (R$ 3 bilhões).

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