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Relembre 10 jogos marcantes dos 60 anos do Morumbi

Estreia teve vitória do São Paulo em amistoso no dia 2 de outubro de 1960

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São Paulo

O estádio do Morumbi, casa do São Paulo Futebol Clube, completa 60 anos nesta sexta-feira (2).

Palco de grandes conquistas tricolores e motivo de orgulho para a torcida são-paulina, o Cícero Pompeu de Toledo também sediou partidas históricas e fatos curiosos envolvendo outras equipes.

Morumbi completa 60 anos nesta sexta-feira (2)
Morumbi completa 60 anos nesta sexta-feira (2) - Eduardo Knapp/Folhapress

Passaram pelo estádio figuras como Pelé e Maradona, além de consagrar na história do São Paulo ídolos como Raí e Rogério Ceni, campeões no gramado do Morumbi.

Confira uma lista de dez jogos marcantes da história do Morumbi.

A inauguração

No dia 2 de outubro de 1960, o São Paulo inaugurou parcialmente o Cícero Pompeu de Toledo, motivo de orgulho para os seus torcedores. O clube recebeu o Sporting (POR) para um amistoso e venceu por 1 a 0, gol de Arnaldo Poffo Garcia, o Peixinho, aos 12 minutos do primeiro tempo. Um público de 64.748 assistiu ao primeiro jogo do estádio, que ainda tinha anéis incompletos e só teve sua obra finalizada em 1970.

Para o amistoso com o Sporting, o São Paulo mandou a campo o seguinte time, comandado por Flávio Costa, o técnico vice-campeão mundial com a seleção brasileira em 1950: Poy, Ademar, Gildésio, Riberto, Fernando Sátyro, Victor, Peixinho, Jonas (Paulo Lumumba, depois Cláudio Garcia), Gino Orlando, Gonçalo e Canhoteiro (Roberto Frojuello).

Pelé reserva da seleção

Em 26 de abril de 1970, a seleção brasileira realizou no Morumbi um amistoso preparatório para a Copa do Mundo daquele ano. A equipe de Zagallo recebeu a Bulgária, que enviou ao Brasil um time repleto de atletas juvenis. Tostão, hoje colunista da Folha, voltava de lesão e Zagallo não via possibilidade de que ele e Pelé atuassem juntos –depois mudou de ideia para o Mundial. Por isso, testou o jogador do Cruzeiro como titular e começou o jogo com Pelé no banco —ele vestiu a camisa 13, mesmo número de sua estreia pela seleção, em 1957.

O Rei do Futebol entrou no segundo tempo no lugar de Tostão, mas não conseguiu mexer no placar e o amistoso terminou 0 a 0, em atuação bastante criticada pelos torcedores e pela imprensa na época.

Paulista com dois campeões

O Morumbi foi o palco da decisão do Campeonato Paulista de 1973 entre o Santos, campeão do primeiro turno, e a Portuguesa, campeã do segundo. Em jogo único, as equipes decidiram o título no estádio e terminaram empatadas em 0 a 0, levando a partida para a disputa de pênaltis. O Santos fez dois gols em três cobranças, e a Portuguesa desperdiçou suas primeiras três batidas. Armando Marques, o árbitro, errou o cálculo e, mesmo com a Portuguesa ainda com chances, deu o jogo por encerrado.

Enquanto os santistas celebravam o título, os jogadores do time do Canindé perceberam o erro e deixaram o gramado do Morumbi. Armando Marques tentou trazer a Portuguesa de volta a campo, mas já era tarde. No dia seguinte, diante do impasse pela realização ou não de um novo jogo, a Federação Paulista de Futebol declarou os dois times campeões estaduais. O título foi o último de Pelé com a camisa do Santos.

Festa corintiana e fim da fila

O jogo de maior público da história do Morumbi não foi registrado pelo São Paulo, mas sim por seu maior rival, o Corinthians. A equipe amargava uma seca de 23 anos sem títulos, encerrada na decisão do Campeonato Paulista de 1977. De acordo com o Corinthians, mais de 146 mil torcedores compareceram ao estádio em 9 de outubro daquele ano para presenciar o fim da fila, mas o time perdeu para a Ponte Preta por 2 a 1, forçando o terceiro jogo da final. De volta ao Morumbi, em 13 de outubro, o Corinthians venceu a Ponte por 1 a 0, gol de Basílio, e encerrou o jejum.

Raí brilha contra o Corinthians

A final do Campeonato Paulista de 1991 foi o cenário de uma das maiores atuações individuais de um jogador no Morumbi. No primeiro jogo da decisão estadual, em 8 de dezembro daquele ano, o São Paulo venceu o Corinthians por 3 a 0 com três gols de Raí: um de fora da área no ângulo, um de pênalti e outro de cabeça. Com o empate sem gols uma semana depois, a equipe de Telê Santana conquistou o título, o segundo do clube naquela temporada, que também contou com a conquista do Campeonato Brasileiro.

A primeira Libertadores tricolor

Em 1992, o São Paulo chegou à sua segunda final de Copa Libertadores na história. Em 1974, ficou com o vice-campeonato diante do Independiente (ARG). Dessa vez, enfrentou outro rival argentino, o Newell's Old Boys (ARG), para conquistar sua primeira taça na competição. Depois de perder por 1 a 0 em Rosario, no jogo da ida, a equipe do técnico Telê Santana devolveu o placar no Morumbi, gol de pênalti de Raí, e levou a decisão para as penalidades. Nas cobranças, brilhou a estrela de Zetti, que defendeu a batida de Gamboa para transformar o São Paulo em campeão da América.

São Paulo venceu duas de suas três Libertadores jogando no Morumbi (1992 e 2005)
São Paulo venceu duas de suas três Libertadores jogando no Morumbi (1992 e 2005) - Eduardo Knapp/Folhapress

Maradona em campo

Depois de Pelé, que pisou no gramado do Morumbi com o Santos e com a seleção brasileira, foi a vez de Diego Armando Maradona se apresentar no estádio, em 1993. O ídolo argentino defendia o Sevilla (ESP), que veio ao Brasil para um amistoso com o São Paulo, no Cícero Pompeu de Toledo. Claramente acima do peso, Maradona foi titular na equipe espanhola, mas quem brilhou foi Raí, autor dos dois gols da vitória por 2 a 0. Pouco mais de 47 mil torcedores assistiram à visita de Diego à casa são-paulina.

Raí volta para ser campeão

Raí se despediu do São Paulo em 1993 após o bicampeonato da Copa Libertadores. O camisa 10 passou cinco anos no Paris Saint-Germain (FRA), onde também se tornou ídolo, e retornou ao clube tricolor em 1998. O São Paulo havia perdido a partida de ida da final para o Corinthians por 2 a 1 e precisava vencer o jogo de volta para conquistar o estadual. Raí, que se despediu do PSG com o título da Copa da França, chegou na capital paulista a tempo de disputar o segundo jogo da decisão do Paulista, fez apenas um treino com os companheiros e foi titular no dia 10 de maio, no Morumbi.

Raí acena para a torcida são-paulina no Morumbi após a conquista do Paulista de 1998
Raí acena para a torcida são-paulina no Morumbi após a conquista do Paulista de 1998 - Eduardo Knapp - 11.mai.1998/Folhapress

Com a camisa 23, o ídolo tricolor abriu o placar no primeiro tempo, de cabeça. Didi, atacante corintiano, empatou a partida nos primeiros minutos da etapa final, mas França, duas vezes, colocou o São Paulo na frente e deu a vitória ao clube do Morumbi, coroando um retorno épico de Raí ao clube.

A consagração de Rogério Ceni

Rogério Ceni já era capitão e ídolo do São Paulo em 2005, mas faltava a ele um grande título com a camisa do São Paulo –até então, só havia conquistado a Copa Conmebol e o Campeonato Paulista. Porém, naquele ano, veio o tão sonhado troféu da Copa Libertadores, com o goleiro terminando a campanha como artilheiro da equipe (ao lado de Luizão) e iniciando o período mais vitorioso de sua carreira, que o consagrou como referência histórica do clube.

Após o título continental sobre o Athletico-PR, conquistado no Morumbi com a vitória por 4 a 0 no jogo de volta, Ceni levantou a taça do Mundial, também em 2005, e os três Campeonatos Brasileiros em sequência, entre 2006 e 2008.

O último título

A Copa Sul-Americana de 2012 não foi só o último título do São Paulo no Morumbi, mas também a última conquista tricolor até hoje. Comandados por Rogério Ceni e pelo meia-atacante Lucas, hoje no Tottenham (ING), o time são-paulino vencia o Tigre (ARG) por 2 a 0 quando, na saída para o intervalo, jogadores das duas equipes iniciaram uma confusão no campo. O estranhamento continuou nas dependências internas do estádio e os argentinos decidiram não voltar para a etapa final. Dessa forma, em razão da desistência do Tigre, o São Paulo foi declarado campeão sul-americano.

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