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São Paulo elege presidente que assumirá com boas chances de encerrar jejum

Julio Casares e Roberto Natel disputam posto de comando do clube pelos próximos três anos

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São Paulo

Quando lançaram suas candidaturas a presidente do São Paulo, Julio Casares, 59, e Roberto Natel, 58, se apressaram a tentar afastar a imagem do atual mandatário, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco. Os dois se apresentam como oposição ou independente para o pleito que acontecerá neste sábado (12).

Uma das estratégias de Natel é dizer que o adversário é candidato de Leco. Casares nega: "Não existe situação ou oposição neste pleito".

O distanciamento ocorre porque, sob a atual administração, iniciada em 2015, o São Paulo não conquistou nenhum título em campo. O último troféu da equipe foi a Copa Sul-Americana de 2012.

Nas finanças, o clube tem dívida de R$ 538 milhões. O balanço de 2019 apontou déficit de R$ 159 milhões, em parte por causa das contratações de Alexandre Pato, Daniel Alves e Hernanes.

Natel usou isso como arma. Disse ter votado contra a aprovação do balanço de 2019. Casares foi a favor.

Julio Casares, ex-diretor de marketing e candidato à presidência do São Paulo Futebol Clube
Julio Casares, ex-diretor de marketing e candidato à presidência do São Paulo Futebol Clube - Rubens Chiri/São Paulo FC

O fato é que os dois têm ligações com a atual gestão e integram o conselho de administração. Natel também é vice-presidente do São Paulo, embora diga que tenha rompido com Leco por causa do seu estilo de administrar a agremiação.

Nenhum dos dois candidatos é um novato na vida política tricolor. Casares foi diretor de marketing na última administração de Juvenal Juvêncio (2006-2014) e vice-presidente geral de Carlos Miguel Aidar, eleito em 2014 e que renunciou no ano seguinte. Natel era vice-presidente da gestão Aidar, mas entrou em conflito também com o então mandatário.

Se as candidaturas fossem lançadas hoje, é possível que a ligação com Leco fosse tratada de outra forma. O São Paulo é líder do Campeonato Brasileiro com boa vantagem e se tornou o principal favorito ao título. O trabalho de Fernando Diniz, antes contestado, foi abraçado pela torcida. A equipe também está na semifinal da Copa do Brasil e enfrentará o Grêmio por uma vaga na decisão.

Quem vencer o pleito poderá comemorar dois títulos nacionais nos primeiros dois meses do mandato, que começará em 1º de janeiro e irá até dezembro de 2023. Pelo novo estatuto, não há possibilidade de reeleição.

O novo presidente do São Paulo será escolhido por 251 conselheiros, 151 deles vitalícios. Os outros 100 foram eleitos em votação no final de novembro que tornou Casares favorito. Sua chapa ficou com 73 deles, contra 27 de Natel, que foi obrigado a divulgar nota em que descartava desistir de sua candidatura.

“Estamos em desvantagem para a eleição de presidente, reconheço, mas em respeito aos 27 conselheiros eleitos, e àqueles que não conseguiram, seguimos adiante. Sabendo das dificuldades, mas seguimos”, afirmou.

Roberto Natel, candidato que se declarou de oposição na disputa pela presidência do São Paulo
Roberto Natel, candidato que se declarou de oposição na disputa pela presidência do São Paulo - Rubens Chiri/São Paulo FC

Os planos de governo de ambos possuem pontos coincidentes. Os dois falam em austeridade financeira para amenizar os problemas de caixa do clube.

Casares e Natel elogiam o trabalho de Fernando Diniz, reconhecem a necessidade de estabilidade no comando da equipe, mas não garantem a permanência de Raí como executivo de futebol.

Natel prometeu o comando do departamento de futebol a Marco Aurélio Cunha, integrante do seu grupo político que tinha pretensões de ser presidente. Casares já ofereceu o cargo a Muricy Ramalho, que se desligou do Grupo Globo, onde atuava como comentarista.

A campanha de Natel também foi atrapalhada pelo caso do hacker que se identificava como Edward Lorenz. Em setembro deste ano, um computador que pertenceria ao candidato no Morumbi foi apreendido pela Polícia Civil para investigar o vazamento de documentos para Lorenz, que os usava para chantagear dirigentes, jogadores e funcionários do clube.

Natel afirma que nem sequer tinha sala no São Paulo e que ofereceu o seu computador pessoal para ser analisado pelos peritos na investigações.

Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, casa do São Paulo Futebol Clube
Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, casa do São Paulo Futebol Clube - Eduardo Knapp - 1º.jan.20/Folhapress

A eleição no São Paulo

Horário: 10h30 às 16h
Local de votação: Estádio do Morumbi, em sistema de drive-thru entre os portões 4 e 17. Os conselheiros deverão chegar de carro, votar e ir embora. O clube também disponibilizará urna para os que não quiserem usar veículo, mas não será permitida a permanência no Salão Nobre.
Quem vota: 251 conselheiros
Candidatos: Julio Casares e Roberto Natel

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