Djokovic obtém visto e poderá jogar o Aberto da Austrália em 2023

Após quase um ano de sua expulsão por não ter se vacinado contra Covid, tenista sérvio consegue direito de disputar torneio, diz imprensa local

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David Williams
Sidney (Austrália) | AFP

O tenista Novak Djokovic vai obter um visto para jogar o Aberto da Austrália, de 16 a 29 de janeiro. Isso acontece quase um ano depois de o atleta ter sido deportado do país por não estar vacinado contra a Covid-19, informou a mídia local nesta terça-feira (15).

O governo australiano decidiu emitir um visto para o sérvio, nove vezes vencedor do torneio australiano –mais do que qualquer outro—, noticiaram a ABC e outros meios de comunicação.

O Ministério da Imigração Australiano e a Federação Australiana de Tênis não responderam aos questionamentos da reportagem.

O caso parecia estar se encaminhando nas últimas semanas, graças à mudança de governo na Austrália —a coalizão conservadora no poder na época da deportação do sérvio foi substituída por um partido de centro-esquerda, liderado por Anthony Albanese.

Djokovic levanta a mão, comemorando vitória no ATP Finals
Djokovic celebra vitória no ATP Finals - Marco Bertorello - 14.11.22/AFP

O ex-número 1 do mundo está jogando o ATP Finals em Turim (Itália) e, questionado na segunda-feira (14) sobre a possibilidade do visto, respondeu com cautela.

"Nada oficial ainda. Estamos esperando. Eles [os advogados] conversam com o governo australiano, é tudo o que posso dizer para momento", declarou 'Nole'.

No mês passado, o diretor do Aberto da Austrália, Craig Tiley, revelou que esteve com Djokovic e garantiu que o tenista queria jogar o primeiro Grand Slam de 2023.

"Ele disse que obviamente adoraria voltar para a Austrália, mas sabe que, em última análise, será uma decisão do governo", disse Tiley ao jornal australiano The Age. "Ele aceitou isso. É um assunto privado entre eles."

O diretor aproveitou para encorajar ambas as partes a encontrar uma solução.

"O que estamos dizendo neste momento é que Novak e o governo federal têm que resolver a situação. Depois, seguiremos qualquer instrução", disse.

O fato de não ter sido vacinado não era mais o que impedia o sérvio de estar em Melbourne —a Austrália retirou em julho a exigência de que os visitantes apresentassem comprovante de vacinação. O veto de acesso ao país era o que pesava sobre ele.

Em janeiro passado, após ser detido na chegada a Melbourne, Djokovic foi deportado e proibido de entrar no país por três anos anos, após uma intensa batalha judicial.

Esta proibição pode ser anulada a critério do governo de Anthony Albanese.

A recusa em se vacinar contra a Covid-19 afetou a temporada 2022 do tenista de 35 anos: além do Aberto da Austrália em janeiro, ele teve desistir neste verão do US Open, uma vez que a entrada nos Estados Unidos continua sujeita à obrigação de vacinação.

Derrotado nas quartas de final em Roland Garros pelo espanhol Rafael Nadal, Djokovic voltou ao caminho de grandes triunfos em Wimbledon, no início do verão, onde conquistou seu 21º título de Grand Slam.

No entanto, sua vitória não lhe rendeu nenhum ponto no ranking da ATP, já que o torneio mais importante em grama recebeu uma sanção do ATP e WTA (que administram os circuitos profissionais masculino e feminino) por vetar a participação de tenistas russos e bielorrussos por conta da Guerra da Ucrânia.

Apesar destes obstáculos, o sérvio conseguiu qualificar-se para o ATP Finals de Turim, que tem os oito melhores tenistas do ano.

Na segunda-feira, Djokovic venceu sua primeira partida contra o grego Stefanos Tsitsipas (N.3) por 6-4, 7-6 (7/4).

O próximo duelo do sérvio será na quarta-feira contra o russo Andrey Rublev.

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