Marrocos em festa por uma classificação histórica

Seleção marroquina vai às oitavas da Copa do Mundo pela segunda vez na história

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Salé (Marrocos) | AFP

"Histórico". "Esperamos 36 anos!" A alegria tomou conta do Marrocos, que chegou invicto às oitavas de final da Copa do Mundo pela primeira vez desde 1986, após vencer o Canadá por 2 a 1.

Cenas de comemoração romperam em todos os lugares de um país apaixonado por futebol, de Casablanca a Rabat, de Marrakech a Salé, dos bairros ricos aos da classe trabalhadora.

Na avenida Mohammed 5, principal via da capital, torcedores vestidos de vermelho, envoltos na bandeira nacional com a estrela verde, acenderam sinalizadores de fumaça em meio a um barulho ensurdecedor de buzinas.

A chuva, que vinha sendo protagonista desde a manhã, fez a gentileza de parar um pouco antes do apito final.

Imagem colorida mostra várias pessoas em movimento, muitas com bandeiras vermelhas com uma estrela verde
Torcedores de Marrocos comemoram na capital Rabat a vitória sobre o Canadá, que garantiu a seleção marroquina nas oitavas de final da Copa do Mundo do Qatar - AFP

Homens, mulheres e crianças lotavam os cafés, as preciosas cadeiras já ocupadas horas antes. Alguns bancos chegaram a fechar mais cedo do que o normal.

"Fiquei preocupado, mas eles nos surpreenderam! Estou começando a sonhar com a taça", disse Houda, 34, depois de assistir ao jogo em um café do centro com sua neta.

"Minha alegria é ilimitada hoje. É um momento histórico ver a bandeira marroquina tão alta. Você verá nossos jogadores dando tudo por seu país", disse Mehdi Dida, 36, professor de matemática de Casablanca.

"É fantástico ver uma seleção marroquina comandada por um técnico marroquino se classificar para as oitavas de final. É muito forte", disse Paulin Amato, um francês de 29 anos que mora no Marrocos.

"Isso mostra que o futebol, geralmente dominado pelos europeus, está mudando. Está mudando a balança e embaralhando as cartas do futebol. É uma coisa boa", disse.

Imagem colorida mostra uma sombra com várias pessoas, com uma fumaça avermelhada, provocada por um sinalizador de fogos de artifício
Torcedores marroquinos fazem festa em Bruxelas, na Bélgica, onde há uma grande concentração de imigrantes - Valeria Mongelli/AFP

Desde o empate sem gols com a Croácia, e depois a espetacular vitória no domingo (27) sobre a Bélgica por 2 a 0, a loucura dos "Leões do Atlas" e do seu treinador, Walid Regragui, no comando há apenas três meses, é cada vez maior.

"Copa do Mundo 2022: Marrocos está ao lado dos grandes", titula o jornal L'Economiste.

E as redes sociais se emocionam todos os dias com a Copa do Mundo, fazendo as pessoas esquecerem a terrível situação econômica. Segundo uma pesquisa, 20% dos marroquinos estão confiantes em chegar à semifinal e apenas uma porcentagem um pouco menor em chegar à final.

A Royal Air Maroc, a companhia aérea nacional, agendou uma "ponte aérea" com o Qatar, adicionando voos adicionais antes e depois de cada partida para o restante do torneio.

Muitos torcedores marroquinos tinham um sonho: enfrentar a Alemanha na terça-feira (6) na próxima rodada e vingar a cruel derrota por 1 a 0 para a seleção alemã, finalista, em 1986, no México.

Mas, finalmente, a resolução do Grupo E deixou a Alemanha eliminada e determinou que o adversário do Marrocos nas oitavas de final seja a vizinha Espanha.

Marrocos tornou-se então a primeira seleção africana e árabe a chegar às oitavas de final. Uma memória que ainda está muito viva e que poderá encontrar alívio nesta geração de 2022.

"Meu pai e as pessoas da geração dele sempre falaram da geração de 1986. Agora, daqui a 20 anos, poderei falar com meus filhos da geração de 2022. É histórico", disse um torcedor marroquino.

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