Qatar diz que vai investigar morte de trabalhador em hotel na Copa

Trabalhador teria morrido ao fazer um trabalho no hotel em que estava hospedada a seleção da Arábia Saudita

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Doha (Qatar) | AFP

As autoridades do Qatar disseram nesta quinta-feira (8) que estão investigando a morte de um trabalhador em um acidente de trabalho no hotel da Arábia Saudita durante a Copa do Mundo de 2022, segundo informações do site de notícias esportivas The Athletic.

"Caso a investigação conclua que os protocolos de segurança não foram respeitados, a empresa fica exposta a investigações judiciais e duras sanções econômicas", disse o governo em um comunicado.

Trabalhadores em frente à placa da Copa do Mundo - Jewel Samad - 29.out.22/AFP

Segundo o The Athletic, a vítima seria um filipino de quase 40 anos que caiu de uma empilhadeira enquanto consertava a iluminação de um estacionamento. Várias fontes disseram que ele não estava usando cinto de segurança.

"A embaixada filipina em Doha também está investigando este caso", disse à AFP o Ministério das Relações Exteriores filipino, incapaz de oferecer mais detalhes neste momento.

Em outro comunicado, a Fifa se declarou "profundamente triste com esta tragédia". "Entramos em contato com as autoridades locais para solicitar mais detalhes", acrescentou a organização.

Em Doha, o Comitê Organizador Supremo da Copa garantiu em nota que não era o empregador do trabalhador em questão e que o acidente ocorreu "em propriedade fora de sua jurisdição".

No entanto, a comissão disse estar a acompanhar o caso "com as autoridades competentes" e em "contato com a família" da vítima.

O Qatar possui um mecanismo de compensação por acidentes de trabalho e salários não pagos, que transferiu mais de 350 milhões dólares (R$ 1,8 bilhão) até agora, de acordo com as autoridades.

Desde que foi escolhido para sediar a Copa do Mundo, em dezembro de 2010, o pequeno emirado do Golfo vem sendo criticado pelas condições de emprego e de vida de suas centenas de milhares de trabalhadores migrantes da Ásia e da África.

Doha responde que empreendeu reformas inéditas no código do trabalho, aplaudidas pelas organizações sindicais, que, no entanto, pedem uma aplicação mais rigorosa.

O total de mortes em acidentes de trabalho durante os preparativos para a Copa do Mundo varia de acordo com as fontes. O Qatar diz que 414 pessoas morreram entre 2014 e 2020. As ONGs apontam para vários milhares desde 2010.

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