Dorival revê Flamengo por bi pessoal e glória inédita do São Paulo na Copa do Brasil

Treinador, agora no clube tricolor, tenta repetir conquista obtida em vermelho e preto no ano passado

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Dorival Júnior e Flamengo estão novamente na final da Copa do Brasil. Um ano após a vitória que obtiveram sobre o Corinthians, o técnico paulista e o clube carioca se veem em lados opostos, confrontando-se pelo bi.

O treinador de 61 anos agora está à frente do São Paulo, visitante no jogo de ida da decisão, neste domingo (17), no Maracanã, no Rio de Janeiro. O título será definido uma semana mais tarde, no Morumbi, em São Paulo. Ambos os duelos, marcados para as 16h, terão transmissão da TV Globo, do SporTV e do Prime Video.

Os caminhos trilhados para o reencontro não foram os esperados por nenhuma das partes. Dorival nem mesmo imaginava um reencontro, pois não planejava um desencontro. Os dirigentes do Flamengo tinham ideia diferente, no entanto, e, no final de 2022, avisaram que era o momento do divórcio.

Dorival construiu boas relações com os atletas do Flamengo - Rodrigo Buendia - 29.out.22/AFP

A união havia rendido, além do triunfo na Copa do Brasil, o título da Copa Libertadores. Mas as duas taças foram erguidas com dificuldades nas decisões, com o que cartolas rubro-negros viram como erros de Júnior. Na Copa do Brasil, definida apenas nos pênaltis, um tecnicamente inferior Corinthians teve momentos de ampla superioridade. Na Libertadores, o Athletico Paranaense incomodou bastante até uma tola expulsão.

Com um grande desafio em curto prazo, a ambiciosa meta de conquistar o Mundial de Clubes, a opção foi mudar. Se poderoso Real Madrid não poderia esperar, porque sua hora chegaria, por que não apostar no técnico que, com menos peças de qualidade, tinha feito o Flamengo suar?

Descartado Dorival, a agremiação da Gávea abraçou Vítor Pereira, o comandante do Corinthians na Copa do Brasil do ano passado. Não foram um empecilho as juras de amor do português à sua sogra, que, segundo ele, obrigava-o a deixar o Corinthians e voltar à sua terra para lhe dar auxílio. O treinador trocou São Paulo por Rio de Janeiro, pronto para a possibilidade de "lutar por tantos títulos", como afirmou.

Perdeu todos.

Ainda que tivesse o conhecimento técnico que lhe era atribuído, Vítor não soube costurar relações humanas como Júnior. E, nos pouco mais de três meses em que dirigiu o time vermelho e preto, fracassou nas finais da Taça Guanabara, do Campeonato Carioca, da Supercopa do Brasil e da Recopa Sul-Americana. No Mundial, perdeu a vaga na decisão para o saudita Al Hilal, adversário do Real Madrid no jogo derradeiro.

Após alguma espera e um namoro a distância com outro português, o ex Jorge Jesus, o Flamengo apostou no argentino Jorge Sampaoli. Houve bons jogos, outros muito ruins, mais uma eliminação dolorosa –na Libertadores– e múltiplos socos, com sopapos entre jogadores e membros da comissão técnica.

Mais ou menos enquanto tudo isso ocorria, o sereno Dorival aguardava uma oportunidade para voltar a trabalhar. Ela apareceu no São Paulo, em abril, após mais uma demissão de Rogério Ceni. A evolução tricolor foi clara sob comando de Júnior, que deu um jeito de voltar à final da Copa do Brasil, com a chance de levar a agremiação do Morumbi a um título que ela jamais obteve.

Dorival Júnior tornou o São Paulo um time competitivo - Carla Carniel - 16.jul.23/Reuters

"Eu sempre segui meu curso com tranquilidade. Não tenho nenhum sentimento diferente, que não sejam agradecimento e orgulho por ter passado pela terceira vez por uma equipe como o Flamengo. O carinho que recebo ainda hoje do torcedor flamenguista é uma coisa impressionante. Hoje, defendo o São Paulo, com todas as forças possíveis. Vou me entregar pelo título", afirmou.

Agora, o paulista vai reencontrar seus velhos comandados, saudosos de alguma tranquilidade. Os últimos meses do Flamengo tiveram ao menos dois socos na cara: o agora demitido preparador físico Pablo Fernández acertou o atacante Pedro, e o volante Gerson quebrou o nariz do lateral Varela.

"O jogo vai ter grandeza. Vamos enfrentar um clube gigante", disse o lateral esquerdo rubro-negro Filipe Luís. "E vamos enfrentar um grande treinador."

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.