Descrição de chapéu Olimpíadas 2024

Gigante francês Teddy Riner busca tri olímpico em Paris

Judoca chegou a ficar invicto por 154 lutas entre 2010 e 2020 e é o favorito ao lugar mais alto do pódio na França

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São Paulo

Com o recorde de 11 títulos mundiais no judô, além de três medalhas de ouro olímpicas e uma invencibilidade que durou quase uma década, o gigante francês Teddy Riner é considerado por muitos o maior judoca da história do esporte.

Embora tenha sofrido algumas derrotas ao longo dos últimos anos, Riner chega aos Jogos de Paris, dentro de casa, como o principal nome da categoria acima de 100 kg, podendo igualar o recorde de vitórias em Olimpíadas do japonês Tadahiro Nomura que já dura 20 anos.

Natural de Pointe-à-Pitre, em Guadalupe, território francês na região do Caribe, o lutador de mais de 2 metros de altura mudou-se com a família ainda criança para Paris, onde começou a prática esportiva.

Em 2007, aos 18 anos, tornou-se o mais jovem campeão mundial de judô, derrotando nas semifinais o campeão olímpico japonês Kosei Inoue. O primeiro título mundial do francês foi conquistado no Rio de Janeiro, dando início a uma relação íntima com o Brasil que segue viva até hoje.

Um judoca está de pé com os braços abertos, vestindo um quimono branco com uma faixa preta. Ele está usando uma medalha ao redor do pescoço. No quimono, há um logotipo vermelho e a palavra 'France' com um símbolo. Ao fundo, há uma arquibancada vazia e um banner com as palavras 'World Champion Doha'.
Teddy Riner comemora vitória no Mundial de Doha, no Qatar - Karim Jaafar - 13.mai.2023/AFP

No ano seguinte, nos Jogos de Pequim, conquistou sua primeira medalha olímpica, ficando com o bronze. Engatou na sequência mais três títulos mundiais até dar início a uma das maiores séries invictas do esporte.

Entre setembro de 2010 e fevereiro de 2020, "Teddy Bear" ou "Big Ted", como é carinhosamente conhecido devido ao seu porte físico corpulento, alcançou a impressionante marca de 154 vitórias em sequência. Conquistou o ouro olímpico na edição de Londres, em 2012, e na do Rio de Janeiro, em 2016, além de outros seis títulos mundiais.

A invencibilidade chegou ao fim justamente em Paris, quando perdeu para o japonês Kokoro Kageura ao levar um contragolpe já no golden score (prorrogação), durante a terceira rodada do Grand Slam da modalidade na capital francesa.

Cerca de um ano depois, nos Jogos de Tóquio, Riner acabou mais uma vez derrotado, caindo nas quartas de final para o russo Tamerlam Bashaev, então líder do ranking. Foi sua primeira derrota em uma Olimpíada desde Pequim, em 2008.

Na repescagem, o francês derrotou o peso-pesado brasileiro Rafael "Baby" da Silva em uma luta que durou apenas 46 segundos, e, na sequência, o japonês Hisayoshi Harasawa, garantindo seu segundo bronze olímpico.

"Estou muito orgulhoso desta medalha. Vou saborear porque foi difícil. As lesões, os questionamentos, a derrota em Paris, tudo mudou muito. Mas, honestamente, acho que voltei a um ótimo nível", declarou o judoca logo após encerrar sua participação olímpica no Japão, quando também ajudou seu país a ficar com o ouro na disputa por equipes. "Você também precisa aprender a perder. Hoje eu aprendi. Agora, será o prazer acima de tudo. Acho que fico lindo com esta medalha", afirmou.

Desde então, Riner foi mais uma vez campeão mundial, em Doha, no Qatar, em 2023. Em 2024, subiu ao lugar mais alto do pódio nas cinco competições que disputou até aqui, com 20 lutas e 20 vitórias no ano.

Na França, terá a chance de igualar o recorde olímpico de três ouros individuais do judoca japonês Tadahiro Nomura, que venceu em Atlanta-1996, Sydney-2000 e Atenas-2004, na categoria até 60 kg.

"Meu objetivo principal é a medalha de ouro, como sempre foi, e conquistá-la em casa é algo que me fascina", afirmou o judoca francês no início de 2023, durante um período de treinamentos no Brasil. Ele esteve novamente no país em dezembro, com o objetivo de aprimorar as técnicas de luta de chão, se valendo da habilidade de companheiros de treino especializados no jiu-jitsu.

Na capital francesa, o multicampeão pode ter a vida relativamente facilitada pela ausência dos russos, que costumam figurar entre os favoritos ao pódio.

Por causa da invasão da Ucrânia pela Rússia, o COI (Comitê Olímpico Internacional) anunciou que atletas russos e bielorrussos poderiam competir em Paris apenas sob uma bandeira neutra. No fim de junho, contudo, a Federação Russa de Judô informou que não enviará representantes à França alegando "condições humilhantes" impostas pelos organizadores.

Riner já chegou a declarar alguns anos atrás que tinha a intenção de se despedir dos tatames após disputar as Olimpíadas em sua casa. "Será o final para mim. Farei tudo o que puder para encerrar a minha carreira nos Jogos de Paris", disse, em 2018, ao periódico "Le Figaro".

No entanto, mantendo-se altamente competitivo nos tatames contra a nova geração, o lutador francês optou por rever a própria decisão e deixou em aberta a possibilidade de continuar competindo até os Jogos de Los Angeles, em 2028.

"Não posso afirmar, com certeza, que vou parar em 2024. Desde que tudo corra bem, poderei continuar minha jornada além disso. Acho fácil administrar viagens e treinamentos e estou em excelente forma física e com grande entusiasmo pelo meu trabalho", afirmou ao "L'Equipe", em 2023. "Embora meu foco esteja em 2024, também estou considerando a possibilidade de mirar em 2028."

Seja como for, no próximo dia 2 de agosto, a partir das 16h (horário de Brasília), quando serão disputadas as finais da categoria acima de 100kg do judô nos Jogos de Paris, os cerca de 8,3 mil torcedores presentes na Arena Champ de Mars, no coração da capital francesa, empurrarão o veterano lutador de 35 anos rumo ao panteão destinado aos grandes nomes da modalidade.

"Ter as Olimpíadas em casa é o que me motiva. É mágico e traz uma série de emoções", disse o judoca em fevereiro, logo após conquistar o Grand Slam de Paris.

Raio-X

Teddy Riner

  • Nome

    Teddy Pierre-Marie Riner

  • Idade

    35

  • Nascimento

    Pointe-à-Pitre (Guadalupe)

  • Altura

    2,04 m

  • Participações olímpicas

    Quatro (Pequim-2008, Londres-2012, Rio de Janeiro-2016 e Tóquio-2020), com três ouros e dois bronzes

  • Principais resultados não olímpicos

    11 vezes campeão mundial

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