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Léon Marchand, o 'Phelps francês', desponta como maior ídolo dos anfitriões em Paris-2024

Nadador de 22 anos que ganhou ouro nos 400 m medley poderá levar outras quatro medalhas, duas nesta quarta (31)

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Léon Marchand nada na piscina durante a semifinal dos 200 m borboleta

Léon Marchand durante a semifinal dos 200 m borboleta - Jonathan Nackstrand/AFP

São Paulo

Se, entre os atletas franceses em atividade, coube ao experiente judoca Teddy Rinner o maior destaque da abertura das Olimpíadas de Paris –ele acendeu a pira olímpica junto com a ex-corredora e também tricampeã olímpica Marie-José Pérec–, um jovem nadador desponta como potencial maior ídolo dos anfitriões nesta edição dos Jogos.

Basta dizer que Léon Marchand, 22 anos, tem sido chamado de "o Michel Phelps francês". Obviamente, ele ainda terá de comer muito ratatouille para se igualar ao norte-americano, maior nome da história da natação e o maior medalhista olímpico de todos os tempos, com 28 medalhas (23 ouros, 3 pratas e 2 bronzes).

Mas o cartão de visitas do novo herói do esporte francês foi impressionante. No domingo (28), Marchand ganhou o ouro nos 400 m medley quebrando o recorde olímpico que era justo de Phelps, desde Pequim-2008 –o recorde mundial ele já havia roubado do norte-americano em 2023, no Mundial de Fukuoka. Levou à loucura o público da Arena La Défense, em Nanterre, munido de faixas e cartazes com o nome do nadador.

Léon Marchand comemora sua medalha de ouro no pódio dos 400 m medley
Léon Marchand comemora sua medalha de ouro no pódio dos 400 m medley - Du Yu/Xinhua

O presidente da França, Emmanuel Macron, saudou o feito do atleta nas redes sociais e telefonou para Marchand para parabenizá-lo.

Marchand tem chance de ganhar mais quatro medalhas nos Jogos. Nesta quarta (31), disputa as finais dos 200m borboleta e dos 200m peito. É favorito nos 200 m peito, tendo passado à final com o melhor tempo entre os oito. Nos 200 m borboleta, classificou-se à decisão com o segundo melhor tempo, atrás apenas do húngaro Kristof Milak, recordista mundial e olímpico, seu maior obstáculo a mais um ouro.

É muito provável que esteja também na final dos 200m medley (sexta, 2/8) –e talvez na do revezamento 4x100m medley (domingo, 4/8).

Nascido em Toulouse, no sul da França, Marchand é filho de um casal de nadadores, Céline Bonnet e Xavier Marchand, ambos atletas olímpicos (ela em Barcelona-92, ele em Atlanta-96 e Sydney-2000), mas que não conquistaram medalhas.

O pequeno Léon começou a nadar em sua cidade natal. Parou por um tempo e quase desistiu, porque reclamava que sentia frio dentro d’água. Insistiu, virou campeão nacional, debutou nas Olimpíadas em Tóquio-2021, aos 19 anos, e teve como melhor resultado um sexto lugar nos 400 m medley.

"Marchand de ouro", estampa letreiro de torcedores franceses na final dos 400 m medley disputada na Arena La Défense, em Nanterre, vencida por Léon Marchand - Clodagh Kilcoyne/Reuters

Em maio de 2020, conforme relatou The Athletic, site de esportes do jornal The New York Times, Marchand mandou um e-mail para Bob Bowman, o técnico que treinou Phelps. "Gostaria de ingressar na Universidade Estadual do Arizona no verão de 2021 para nadar e competir na NCAA com sua equipe incrível. Você acha que eu poderia conseguir uma bolsa de estudos? Qual é o nível de educação necessário? (TOEFL, SAT...) Envio em anexo minha apresentação."

Bowman respondeu que tinha "um carinho especial pelos 400 IM! [medley individual]". Marcaram uma chamada por vídeo, se acertaram e Bowman passou a treiná-lo nos EUA, com uma rotina de treinos parecida com a que um dia aplicou a Phelps. O treinador também está acompanhando o pupilo em Paris.

Na equipe francesa de natação, Marchand tem também a ajuda de um brasileiro: o pesquisador e especialista em biomecânica Ricardo Peterson Silveira.

Se cumprir o que se espera dele, o jovem nadador tem grandes chances de terminar como o grande ídolo da torcida francesa nos Jogos. No páreo, estão atletas como a a judoca Clarisse Agbegnenou, 31, que acumula títulos mundiais e ganhou dois ouros em Tóquio, e o gigante pivô Victor Wembanyama, 20, algoz do Brasil na estreia do basquete e mais alto do torneio, com 2,21 m (essa é a altura informada no site oficial da Federação Francesa de Basquete, mas, a depender da fonte de informação, varia de 2,19 m a 2,26 m).

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