A cearense Magda Maria Pereira, 53, uniu duas paixões ao descobrir a Politize!: educação e política. Professora de matemática, só não sabia que, com os cursos da entidade, faria política pública.
Fez cinco meses de formação na pandemia e se tornou multiplicadora e embaixadora da Politize!, iniciativa que chegou à final do Prêmio Empreendedor Social 2022 na categoria Direitos Humanos e que venceu a Escolha do Leitor.
"Eu sempre gostei de política. Quando era mais nova, acompanhava só a Lilian Witte Fibe na TV. Era o jeito de me inteirar sobre a política.
Depois, eu fui nas manifestações de 1992, pelo impeachment do Collor, e 2013, por melhores direitos. Sou inquieta. Eu ia para os comícios de meus candidatos, mas não ao show, e sim a eventos, debates.
Eu ia até sozinha, escondida, porque meu marido à época tinha visto o filme de Olga Benário e tinha medo de que eu poderia sofrer algo. Mas um dia ele me viu na TV, e então assumi que gostava de política.
Sou professora. E senti que precisava de base maior para ensinar política. Porque é difícil falar do assunto com outra pessoa se ela for só partidária.
Foi aí que eu descobri a Politize!, no Facebook. A chamada era para jovens se inscreverem. Mas eu fui mesmo assim.
Mesmo com 53 anos, eu me encontrei. Com a Politize!, vi que a política vai além de algo particular. Fiz cinco meses de formação na pandemia. Estudei história da política, formas de participação, fake news. É um espaço que forma, informa e conecta com a realidade do que seja a democracia.
Agora virei multiplicadora e embaixadora da Politize!
E fiz na Politize! diagnóstico municipal de algo forte para mim: a questão do idoso. Porque perdi meus pais e, mesmo querendo ficar com eles para cuidar e sendo funcionária pública, não me liberaram.
Então diagnostiquei que os direitos do idoso não estão na boca povo como é o ECA. Sou do tempo em que criança não tinha direito, trabalhava como adulto, por isso o ECA é vital.
Eu já era de participar de Conselho Escolar, movimentos de pais e mestres. Até atuei na primeira escola padrão MEC do Ceará, na Praia do Futuro.
Então eu fui para a ação. Conheci o Conselho da Pessoa Idosa de Fortaleza, que era alvo do Ministério Público e vi o quanto a sociedade está longe da pessoa idosa. É só ver o número de asilos e casas de acolhimento que atuam sem registro. Há o pensamento de que ficou idoso perdeu a utilidade.
Então criei projeto de política pública, um aplicativo, o App Fortaleza 60+, para empoderar idosos. Montei a proposta, e ela foi encampada pelo vereador, Danilo Lopes (Podemos). Independentemente de minha opção partidária, o projeto passou na Câmara e agora aguarda aval do prefeito.
Até fundei a ONG Idosos Coletivos, para trabalhar com advocacy. A questão do idoso envolve editais, o que muitos não conhecem —a maioria só luta por fraldas e absorventes.
Tenho três filhos e neta que se orgulham de mim. Não pensava que a política era para mim. E estou aí, construindo política pública para mim, para você e todo mundo."
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