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'Há oportunidades na Amazônia', diz dono de fábrica de chocolate

Arthur Coimbra foi apoiado pela aceleradora do Idesam, vencedor do Empreendedor Social 2022 na categoria Inovação em Meio Ambiente

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Manaus e Itapiranga

Arthur Coimbra, CEO da Na Floresta Produtos Amazônicos, decidiu investir na produção de chocolate orgânico em 2013. Criou a marca Na’Kau.

O negócio social foi um dos 12 investidos pela Amaz, aceleradora de impacto do Idesam, organização que atua pela conservação da floresta em pé. O impulso fez o faturamento do chocolate crescer 120%.

Liderado por Mariano Cenamo, o Idesam foi vencedor do Prêmio Empreendedor Social 2022 na categoria Inovação em Meio Ambiente.

"Em 2013, não tinha nenhuma fábrica de chocolates no Amazonas. A matéria-prima era vendida muito barata e ia toda para fora. Começamos a entender a problemática.

Os produtores estavam abandonando o plantio, apesar de ser uma espécie endêmica na Amazônia. Não era lucrativo. Não havia estrutura para beneficiamento, escoamento. É o que aconteceu com a borracha, levada para a Malásia, e cacau, para a Bahia e África.

Arthur Coimbra, CEO da Na Floresta Alimentos Amazônicos, produtora da Nak'Au, marca de chocolates orgânicos
Arthur Coimbra, CEO da Na Floresta Alimentos Amazônicos, produtora da Nak'Au, marca de chocolates orgânicos - Renato Stockler/Folhapress

Criamos a primeira fábrica no Amazonas em 2017, quando lançamos Na’kau no mercado. Mexemos muito com o orgulho do amazonense. A embalagem é com a foto dos produtores e pagamos mais, logo o projeto e o produto ficaram muito conhecidos.

Pagamos R$ 18 a saca do cacau, quando a média era de R$ 8. Nosso diferencial é a relação com os produtores, a assistência técnica para melhorar a qualidade, a certificação orgânica sem custo, o que transcende a relação de compra e venda. Esse ano, compramos 12 toneladas de cacau. Além de chocolate, exportamos cacau para Japão e EUA.

Queremos causar cada vez mais impacto. Tenho uma veia de ongueiro, trago esse lado mais social e humano ao negócio. É uma grande vantagem que vejo no Na’kau. Saí da academia, da pesquisa e da extensão porque acredita que o impacto chega muito mais rápido através do negócio.

Você consegue com o poder de compra garantir valores e relações mais justas. A sociedade está cada vez mais buscando esse tipo de produto. A renda do produtor aumentou de 120 a 150%, se comparado o preço que pagamos ao mercado local. Trabalhamos em 11 municípios, com 43 famílias e 32 em treinamento para transição agroecológica.

Antes de fazer o financiamento de R$ 480 mil que o Idesam trouxe com a Amaz, nossa capacidade produtiva era de 400 quilos de chocolate por mês. Pulamos para 7 toneladas. Com a compra e instalação do maquinário, crescemos 160%. Ampliamos 20 vezes a nossa capacidade produtiva e 120% o faturamento.

Recebemos mentorias, cursos, treinamentos na aceleração, além da troca com toda a rede da Amaz.
As minhas dificuldades são bem maiores do que empreender em São Paulo. O custo de logística no Amazonas é 25% superior, que tiramos da margem de lucro. Temos que ter um preço competitivo.

Sou apaixonado pela Amazônia. Era mais fácil abrir uma fábrica perto do comércio, de fornecedores, de mão de obra qualificada. Mas há muita oportunidade na Amazônia. Temos uma marca irmã da Na’kau, a Na’kuí, linha de especiarias recém-lançada para vender cumaru e guaraná."

Conheça os demais finalistas e vencedores do Prêmio Empreendedor Social 2022 na plataforma Social+.

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