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Para Alencastro, três séculos da história do Brasil não existiriam sem Angola

da Folha Online


Marco Ankosqui/Folha Imagem
O historiador Luiz Felipe de Alencastro
A importância da presença de imigrantes de Angola na formação do sistema produtivo escravista no Brasil foi o tema central da palestra promovida terça-feira (20/6) pela Folha e pela a editora Companhia das Letras, com a presença do historiador Luiz Felipe de Alencastro. O professor Alencastro, pesquisador do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) e professor do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), falou sobre seu mais recente livro, "O Trato dos Viventes - Formação do Brasil no Atlântico Sul".
O livro, que foi lançado durante o evento, tem como tema o impacto do sistema econômico escravagista do período colonial na formação da sociedade brasileira. A palestra aconteceu às 19h30, no auditório da Folha (al. Barão de Limeira, 425, 9º andar).
É fundamental, na opinião de Alencastro, a participação de escravos, vindos de Angola. "A destruição contínua de Angola que constrói o Brasil. Esse sistema onde a reprodução mercantil do indivíduo é mais rápida que a demográfica tem uma consequência na agricultura brasileira, porque ela permite uma exportação, permite que a produção alimentar seja reduzida, não pressupõe a reprodução da mão-de-obra territorialmente. A mão-de-obra é captada pela pilhagem, como se fossem imigrantes forçados".
Segundo o historiador, o luso-africanismo, ou seja, a migração de habitantes da ilha da Madeira e de São Tomé, foi tão importante quanto a de quem vinha diretamente de Portugal.
O historiador diz que o início da história do país não mostra um país verdadeiramente constituído. "No começo, não tem Brasil. Tem uma sequência de feitorias, que se comunicam com outras feitorias na África e se comunicam com Portugal. O historiador desmitifica a noção de descobrimento, que, para ele, é analisada sob uma ótica simplista. "Descobrir não é chegar primeiro, chegar primeiro e não ficar não interessa. Descobrir é integrar o mercado, tomar posse e encadear relações comerciais."
Alencastro afirma que a noção geográfica de separação entre as regiões Norte e Sul e os estados é essencial para a compreensão da história do Brasil entre os séculos 16 e 18. Segundo o historiador, a ocupação do Nordeste a partir do século 17, é realizada pelos holandeses, que iriam se dedicar ao cultivo da cana-de-açúcar. É impossível compreender, na análise histórica, a cronologia dos fatos do século 17 passando pelo século 18 e esquecendo o século 19, uma vez que os acontecimentos do século 19 repetem o que houve dois centenários antes.
"Eles se dão conta de que o que dá lucro é o comércio de escravos. Eles ocupam o Nordeste, a partir de 1630 e, em 1640, ocupam Angola, e o contra-ataque luso-brasileiro se dá também em Angola."
O professor lembra que soldados e comandantes da guerra contra os holandeses são nomeados governadores, e esses soldados contribuem para a expansão da dominação portuguesa na África em proveito do Brasil, porque os soldados e os comandantes desenvolvem o tráfico negreiro.
Desde 1550, os portugueses do "ultra-mar" (distantes do Oceano Atlântico, na Ásia e na África) já entravam em conflito com a metrópole, por se sentirem diferente. O historiador recorda que só no Brasil persistiu uma sociedade nova e lusófona. Ele classifica de "brasìlicos" os colonos que não formam ainda uma unidade cultural, a Nação é formada heterogeneamente, por descendentes de várias etnias.
Após a exposição sobre o livro, Luiz Felipe de Alencastro respondeu às perguntas do público. Racismo, dominação sobre os indígenas e negros, violência e o contrabando entre os países da América Latina foram os assuntos abordados.
(Adriana Resende)



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